| 21/02/2011 11h36min
Manifestantes assumiram o controle de várias cidades líbias nesta segunda-feira, após seis dias de uma rebelião que deixou centenas de mortos em um país que, segundo o filho do dirigente Muamar Kadhafi, está à beira da guerra civil.
Os seis dias de rebelião provocaram atritos na cúpula do regime: o ministro da Justiça, Mustafah Abdel Yalil, renunciou ao cargo para protestar contra o uso excessivo da força na repressão dos protestos, depois que três diplomatas líbios no exterior fizeram o mesmo desde domingo. São eles: o embaixador na Índia, Ali al-Isawi, um diplomata credenciado na China, Hussein Sadiq al-Musrati, e o representante de Trípoli na Liga Árabe, Abdel Moneim al Honi.
A Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH) informou que Benghazi (a segunda maior cidade líbia) e Syrta, ambas no leste do país, "caíram" nas mãos dos manifestantes e que militares se uniram ao movimento. No entanto, algumas testemunhas ainda desmentem a queda de Syrta.
Saif al-Islam, filho de Kadhafi, reconheceu em um discurso feito durante a madrugada que em Benghazi "os tanques se deslocam conduzidos por civis" e que em Al-Baida (leste) "as pessoas têm fuzis e depósitos de munições foram saqueados".
No domingo, policiais de Zauia (60 km ao oeste de Trípoli) desertaram e a cidade entrou em colapso.
A situação na Líbia, grande produtor de petróleo, aumentou o temor sobre o abastecimento de energia. O barril de Brent do Mar do Norte chegou a ser negociado nesta segunda-feira a 105 dólares, recorde desde setembro de 2008.
Vários países ocidentais se preparam para retirar seus cidadãos da Líbia, assim como empresas, como a gigante do petróleo BP.
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