| 17/02/2011 12h22min
Opositores líbios convocaram nesta quinta-feira um "Dia da Ira" para protestar contra o regime e Muamar Kadhafi, apesar da repressão policial que, na véspera, tirou a vida de quatro manifestantes na cidade de Al Baida, segundo os sites da oposição e Ongs líbias com sede em outros países.
— As forças de segurança interna e as milícias dos comitês revolucionários dispersaram a tiros uma manifestação pacífica de jovens na cidade de Al Baida —provocando "pelo menos quatro mortos e vários feridos", indicou em um comunicado a Libya Watch, uma organização de defesa dos direitos humanos, com sede em Londres.
A organização líbia Human Right Solidarity, com sede em Genebra, afirmou que franco-atiradores mataram 13 manifestantes e feriram dezenas de pessoas. No Facebook, multiplicam-se convocações para transformar esta quinta-feira em um "Dia da Ira" contra o regime de Kadhafi.
Vídeos postados na internet mostram dezenas de jovens líbios reunidos na madrugada de quarta-feira em Al Baida gritando: "o povo quer botar abaixo o regime", enquanto que incendiavam um prédio e não eram vistas as forças de segurança. Os manifestantes também gritavam "Benghazi, acorda, chegou o dia que esperavam", "O sangue dos mártires não correu em vão" ou "o povo quer acabar com a corrupção".
Em Benghazi (leste de Trípoli), 38 pessoas ficaram feridas na noite desta terça-feira em consequência da repressão das forças de segurança, informou o diretor do hospital Al Jala. A organização Anistia Internacional reclamou ao governo líbio o cessar da repressão das manifestações antigovernamentais, insistindo que ele permita protestos pacíficos.
Os Estados Unidos incentivaram a Líbia, assim como outros países do Oriente Médio e do Norte da África, a tomar medidas para satisfazer as necessidades e demandas de seu povo.
— Os países da região têm o mesmo tipo de objetivos em termos demográficos, aspirações do povo e necessidade de reformas — disse em coletiva de imprensa o porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley.
Crowley evitou referir-se ao líder líbio, Muamar Kadafi, como ditador, apesar de ter dito: "não creio que tenha chegado ao poder mediante processo democrático".
Kadafi está no poder da Líbia desde 1969, o que o tornou o chefe de Estado mais antigo de um país árabe. Em 2008, Washington enviou um embaixador a Trípoli pela primeira vez desde 1972, depois que ambos os governos normalizaram sua relação bilateral depois da compensação econômica líbia às vítimas americanas de um ataque terrorista ocorrido na década de 1980.
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