| 06/02/2011 11h29min
Participantes do diálogo entre o governo egípcio e vários grupos da oposição, entre eles a Irmandade Muçulmana, decidiram neste domingo formar um comitê encarregado de realizar reformas constitucionais, antes da primeira semana de março, anunciou o porta-voz do governo, Magdi Radi. As conversações, com representantes da oposição e personalidades independentes, haviam sido convocadas pelo vice-presidente egípcio Omar Suleiman.
— Houve consenso sobre a formação de um comitê que contará com o poder judiciário e um certo número de personalidades políticas, para estudar e propor as emendas constitucionais e legislativas que se fizerem necessárias — anunciou Radi.
A Irmandade Muçulmana participa das discussões, assim como alguns grupos que estiveram presentes nas manifestações realizadas desde 25 de janeiro para exigir a renúncia de Hosni Mubarak. Segundo Radi, os participantes da reunião de domingo se puseram de acordo sobre "uma transição pacífica do poder, com base na Constituição".
O comunicado lido, propõe a abertura de um escritório destinado a receber queixas relativas a presos políticos, estabelecer o levantamento das restrições impostas aos meios de comunicação e a rejeição a "qualquer intromissão externa nos assuntos egípcios". O texto pede, também, o levantamento do estado de emergência "de acordo com a situação da segurança.
O diálogo aberto neste domingo reúne representantes da Irmandade Muçulmana, do Partido Wafd (liberal) e do Tagammou (esquerda), que fazem parte de um comitê escolhido por grupos defensores da democracia. Estes lançaram o movimento de contestação que exige, desde 25 de janeiro, a saída do presidente Hosni Mubarak. Já o vice-presidente egípcio, Omar Suleiman, que convocou o diálogo, recusou neste domingo um pedido da oposição para que assuma os poderes do presidente Hosni Mubarak, muito questionado há duas semanas, afirmou um dos participantes do encontro.
O chefe de Estado, de 82 anos, já anunciou que não se apresentará a um novo mandato no pleito de setembro, mas não parece ter a intenção de se demitir. Em Munique, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, demonstrou apoio à participação do movimento islamita egípcio Irmandade Muçulmana nas conversações políticas no Egito.
— Soubemos da participação da Irmandade Muçulmana, indicando que, pelo menos, estão envolvidos no diálogo que estimulamos — disse Hillary Clinton à National Public Radio (NPR), a partir da Alemanha, onde participa da 47ª Conferência sobre a segurança.
— Vamos esperar e ver como se desenvolvem as conversações, mas fomos muito claros sobre o que esperamos delas.
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