| 04/02/2011 21h
A bailarina e empresária caxiense Michele Trentin, 32 anos, viaja aos países árabes há 12 anos. Na semana passada, no entanto, quando guiava um grupo de turistas que visitaria o Egito, foi aconselhada a retornar ao Brasil.
O detalhe é que a viagem foi interrompida quando o grupo já estava em Amsterdã, na Holanda, com muito mais da metade do caminho percorrido.
— Foi uma grande decepção, ainda mais para quem estava indo pela primeira vez. Mas foi melhor assim. Pelo menos voltamos para casa seguros — conta.
Foi em Amsterdã que Michele teve noção do que se passava no Egito, principalmente na capital, Cairo.
— Do aeroporto eu tentei contatar a agência de viagens com a qual eu trabalho no Cairo, e também tentei falar com amigos que estavam lá. Não consegui contato, nem por telefone nem por internet. Notamos que havia algo de errado. Aí nos colocamos a par da situação, e soubemos que os protestos haviam aumentado consideravelmente em comparação ao dia que saímos do Brasil, na sexta-feira (28 de janeiro). Outro sinal nesse sentido foi o próprio cancelamento do nosso vôo com destino ao Egito — relata a bailarina, que acompanhava 35 turistas de Caxias, Bento, Farroupilha, Flores da Cunha e Guaporé, entre outras cidades.
Acostumada com a cultura árabe, Michele agora acompanha entristecida a situação no Egito, e reza pelos amigos que estão nas áreas de conflito.
— Não é de hoje que há esse descontentamento como (Hosni) Mubarak. Nove viagens para o Egito me fizeram perceber que a maioria da população não gosta dele, acha-o um tirano. O povo egípcio é muito alegre, receptivo, mas grande parte vive na miséria. Eles estão certos em exigir mudanças — destaca.
Michele conta que é comum ver no Egito grandes fotografias de Mubarak ao lado de imagens de Ramsés II (1279 a.C. - 1213 a.C.), faraó que teve um dos mais longos reinados da história egípcia.
— Mubarak quer se comparar a Ramsés II — acredita.
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