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 | 02/02/2011 09h19min

Quinhentas pessoas manifestam apoio a Mubarak

Perto do local, milhares de egípcios continuam pedindo a renúncia do presidente

Quinhentos partidários do presidente egípcio Hosni Mubarak se reuniram nesta quarta-feira no Cairo para manifestar apoio ao governante, que na terça-feira deixou deixou claro que não cederia às manifestações que exigem sua renúncia.

— Sim a Mubarak para proteger a estabilidade — afirma uma faixa posicionada nas proximidades do prédio da televisão nacional, a um quilômetro da Praça plaza Tahrir, onde acontecem os protestos diários contra o presidente.

— Sim ao presidente da paz e da estabilidade — diz outra faixa.

Perto do local, milhares de manifestantes, que passaram a noite na Praça Tahrir (Libertação), no centro do Cairo, em desafio ao toque de recolher, amanheceram nesta quarta-feira com gritos de pedidos de renúncia de Mubarak, no início do nono dia dos protestos que sacodem o Egito.

— Vamos, vamos, Hosni fora! — gritavam os manifestantes à medida que deixavam as barracas montadas na praça, um dia depois de uma mobilização de um milhão de pessoas em todo o país e da recusa de Mubarak em deixar o poder.

Na Praça Tahrir, epicentro da revolta popular, muitas faixas exigem o fim do regime de Mubarak.

>>> Mosaico: os protestos no Egito em imagens:
 


>>>Confira a cronologia dos incidentes:

De 17 a 20 de janeiro:

Um homem de 50 anos toca fogo em si mesmo em frente ao Parlamento, no Cairo, numa possível reprodução do suicídio de um jovem tunisiano em meados de dezembro que desencadeou a revolta e subsequente derrubada do presidente Zine El Abidine Ben Ali. Nos dias seguintes, mais três egípcios fazem o mesmo — um deles, de 25 anos, não resiste aos ferimentos e morre.

 
Foto: Martin Bureau, AFP

Dia 25:

Insuflados pelo líder da oposição, Mohamed ElBaradei, milhares de pessoas tomam as ruas do Egito pedindo a renúncia do presidente do país, Hosni Mubarak. Nos confrontos com a polícia, dois manifestantes morrem em Suez e um policial é morto no Cairo.

Dia 26:

As manifestações se espalham dos grandes centros para cidades menores, aumentando em número e violência. No Cairo, um policial e um manifestante são mortos, enquanto em Suez 55 protestantes e 15 homens da força anti-motim são feridos.

Dia 27:

Diante do saldo violento, com mais um jovem morto em Sinai, a Casa Branca cobra providências do governo do Cairo para evitar os embates, enquanto a União Européia chama atenção para o direito de protestas da população.

Dia 28:

O saldo da violência chega a 13 mortos, centenas de feridos e quase mil presos. Os protestos aumentam e manifestantes tocam fogo no prédio do governo em Alexandria e na sede do Partido Democrático Nacional. Os serviços de internet são derrubados e ElBaradei diz que está pronto para liderar a transição, enquanto Mubarak impõe toque de recolher e promete reformas.


 
Foto: Reprodução, Egyptian TV

Dia 29:

O presidente egípcio, Hosni Mubarak, designou um vice-presidente, o chefe da inteligência Omar Suleiman, pela primeira vez em 30 anos, e um novo primeiro-ministro, ambos com cargo de general, para tentar sufocar a rebelião já deixa mais de 90 mortos.

Dia 30:

O presidente egípcio, Hosni Mubarak, visitou um centro de operações do exército e ordenou que o toque de recolher no Cairo, Alexandria e Suez seja ampliado em uma hora. O toque de recolher, instaurado na sexta-feira devido aos protestos da população para exigir a renúncia de Mubarak, foi gradualmente ampliado, mas não é respeitado pela população. Neste domingo, as autoridades egípcias ordenaram à polícia antimotins que volte a atuar em todo o país, depois de dois dias nos quais esteve virtualmente ausente, quando ocorreram diversos saques enquanto o exército lidava com uma revolta popular.

Dia 31:

No início do sétimo dia de protestos que exigem a renúncia do presidente Hosni Mubarak, o movimento contra o regime convocou uma greve geral por tempo indeterminado e uma passeata de um milhão de pessoas para a terça-feira. Durante a manhã, a emissora estatal egípcia anunciou a formação de um novo governo no país, substituindo o governo dissolvido na sexta-feira. Na mudança mais significativa, o criticado ministro do Interior - responsável pelas forças de segurança - foi substituído.O exército anunciou que não usará a força contra as dezenas de milhares de pessoas que se mobilizam no país para pedir a saída do presidente e declarou que considera as demandas do povo "legítimas". O último provedor de internet egípcio ainda em funcionamento, o Grupo Noor, caiu nesta segunda-feira, deixando o país sem acesso à rede.

Dia 1º:

No oitavo dia de intensos protestos anti-governamentais, mais de 1 milhão de pessoas saíram às ruas de todo país protestando contra o governo de Mubarak, que está no poder há 30 anos. Os conflitos podem ter deixado cerca de 300 mortos, segundo a ONU.

AFP
Patrick Baz / AFP

Partidários manifestam apoio a Mubarak
Foto:  Patrick Baz  /  AFP


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