| 31/01/2011 12h09min
Turistas brasileiros estão com dificuldades para deixar o Egito antes da data marcada para a sua saída. Segundo informações do Ministério das Relações Exteriores, esses turistas não estão encontrando vagas nos voos. Aqueles que estão deixando o país em data previamente marcada não têm encontrado problemas.
Segundo o ministério, não há uma estimativa de quantos turistas brasileiros estão no Egito. A embaixada sabe que há cerca de 100 brasileiros vivendo no Cairo, capital do país, a maioria mulheres casadas com egípcios.
Sindicatos egípcios convocaram greve geral para hoje a fim de pressionar o presidente Hosni Mubarak pela renúncia, em meio aos mais intensos protestos no país em três décadas. A greve foi convocada nas cidades do Cairo, de Alexandria, Suez e Port Said.
O governo anunciou a ampliação do toque de recolher até as 8h (4h em Brasília) desta terça-feira. Inicialmente, o toque de recolher deveria terminar no domingo (30).
Segundo a oposição, os protestos vão continuar até que haja uma ampla reforma política e econômica no Egito. Os manifestantes dizem aceitar um governo de transição e querem a convocação de eleições diretas e transparentes. Na área econômica, querem medidas para combater o desemprego e incentivar a economia.
Cerca de 50 mil manifestantes continuavam reunidos na praça Tahrir, no centro do Cairo, na manhã desta segunda-feira, cercados por tanques do Exército e desafiando o toque de recolher imposto pelo governo. Os militares estão evitando atacar os manifestantes.
Em alguns bairros do Cairo e de outras cidades, moradores montaram barricadas, armados com bastões e facões para proteger de saques e vandalismo.
Desde a última terça-feira (25), várias organizações populares estão a frente dos protestos no Egito. Eles querem a renúncia do presidente Hosni Mubarak, que está no poder há mais de 30 anos. Estimam-se que cerca de 100 pessoas morreram e 2 mil foram feridas durante confrontos entre os manifestantes, a polícia e o Exército.
Confira a cronologia dos incidentes:
De 17 a 20 de janeiro:
Um homem de 50 anos toca fogo em si mesmo em frente ao Parlamento, no Cairo, numa possível reprodução do suicídio de um jovem tunisiano em meados de dezembro que desencadeou a revolta e subsequente derrubada do presidente Zine El Abidine Ben Ali. Nos dias seguintes, mais três egípcios fazem o mesmo — um deles, de 25 anos, não resiste aos ferimentos e morre.
Foto: Martin Bureau, AFP
Dia 25:
Insuflados pelo líder da oposição, Mohamed ElBaradei, milhares de pessoas tomam as ruas do Egito pedindo a renúncia do presidente do país, Hosni Mubarak. Nos confrontos com a polícia, dois manifestantes morrem em Suez e um policial é morto no Cairo.
Dia 26:
As manifestações se espalham dos grandes centros para cidades menores, aumentando em número e violência. No Cairo, um policial e um manifestante são mortos, enquanto em Suez 55 protestantes e 15 homens da força anti-motim são feridos.
Dia 27:
Diante do saldo violento, com mais um jovem morto em Sinai, a Casa Branca cobra providências do governo do Cairo para evitar os embates, enquanto a União Européia chama atenção para o direito de protestas da população.
Dia 28:
O saldo da violência chega a 13 mortos, centenas de feridos e quase mil presos. Os protestos aumentam e manifestantes tocam fogo no prédio do governo em Alexandria e na sede do Partido Democrático Nacional. Os serviços de internet são derrubados e ElBaradei diz que está pronto para liderar a transição, enquanto Mubarak impõe toque de recolher e promete reformas.
Foto: Reprodução, Egyptian TV
Dia 29:
O presidente egípcio, Hosni Mubarak, designou um vice-presidente, o chefe da inteligência Omar Suleiman, pela primeira vez em 30 anos, e um novo primeiro-ministro, ambos com cargo de general, para tentar sufocar a rebelião já deixa mais de 90 mortos.
Na tentativa de deixar o país, população esperou por voos no aeroporto internacional, em Cairo, no dia 31 de janeiro
Foto:
Agência Brasil
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