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 | 31/01/2011 04h45min

EUA, China e Coreia do Sul retiram cidadãos e trabalhadores do Egito

Governo chinês enviou dois aviões para garantir a saída de cerca de 500 pessoas

Assim como os Estados Unidos, China e Coreia do Sul planejam operações para retirar seus cidadãos e trabalhadores do Egito. Desde a semana passada, uma onda de protestos exige a saída do presidente Hosni Mubarak, no poder há 30 anos.

Nesta segunda-feira (madrugada de domingo pelo horário de Brasília), o governo chinês informou que enviou dois aviões para retirar seus cidadãos retidos no Cairo. Segundo o jornal People's Daily, as companhias Air China e Hainan Airlines enviaram cada uma um Airbus A330 para a capital Cairo.

Cada aeronave possui 250 lugares de passageiros. De acordo com um relatório divulgado pela publicação, existem mais de 500 cidadãos chineses no aeroporto.

Em nota, o Ministério do Exterior da China informou que o país espera que a normalidade e estabilidade sejam restaurados no Egito em breve.

Uma mensagem postada no site da Embaixada da China no Cairo informa que a China emitiu um alerta de viagem e pediu que a seus cidadãos que evitem viagens para o Egito.

Empresas sul-coreanas como Samsung, LG e Hyundai também começaram a retirar seus trabalhadores no Egito e reduziram suas operações no país, de acordo com a agência Yonhap. Empresários da Coreia do Sul estariam fechados em suas casas enquanto suas famílias começaram a deixar o país árabe.

Na noite de domingo, os Estados Unidos anunciaram que pretendem começar a retirar nesta segunda-feira milhares de seus cidadãos que estão no Egito por meio de aviões contratados pelo governo, que terão como destino locais seguros na Europa. A recomendação é que os americanos evitem viagens a este país.

Confira a cronologia dos incidentes:

De 17 a 20 de janeiro:

Um homem de 50 anos toca fogo em si mesmo em frente ao Parlamento, no Cairo, numa possível reprodução do suicídio de um jovem tunisiano em meados de dezembro que desencadeou a revolta e subsequente derrubada do presidente Zine El Abidine Ben Ali. Nos dias seguintes, mais três egípcios fazem o mesmo — um deles, de 25 anos, não resiste aos ferimentos e morre.

 
Foto: Martin Bureau, AFP

Dia 25:

Insuflados pelo líder da oposição, Mohamed ElBaradei, milhares de pessoas tomam as ruas do Egito pedindo a renúncia do presidente do país, Hosni Mubarak. Nos confrontos com a polícia, dois manifestantes morrem em Suez e um policial é morto no Cairo.

Dia 26:

As manifestações se espalham dos grandes centros para cidades menores, aumentando em número e violência. No Cairo, um policial e um manifestante são mortos, enquanto em Suez 55 protestantes e 15 homens da força anti-motim são feridos.

Dia 27:

Diante do saldo violento, com mais um jovem morto em Sinai, a Casa Branca cobra providências do governo do Cairo para evitar os embates, enquanto a União Européia chama atenção para o direito de protestas da população.

Dia 28:

O saldo da violência chega a 13 mortos, centenas de feridos e quase mil presos. Os protestos aumentam e manifestantes tocam fogo no prédio do governo em Alexandria e na sede do Partido Democrático Nacional. Os serviços de internet são derrubados e ElBaradei diz que está pronto para liderar a transição, enquanto Mubarak impõe toque de recolher e promete reformas.


 
Foto: Reprodução, Egyptian TV

Dia 29:

O presidente egípcio, Hosni Mubarak, designou um vice-presidente, o chefe da inteligência Omar Suleiman, pela primeira vez em 30 anos, e um novo primeiro-ministro, ambos com cargo de general, para tentar sufocar a rebelião já deixa mais de 90 mortos.


 

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