| 30/01/2011 23h38min
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, conversou neste domingo com seus colegas da Líbia, Muammar Kadhafi, e da Síria, Bashar al Asad, sobre a situação no Egito, onde continuam os intensos protestos pelo sexto dia seguido, apostando em uma "solução pacífica" para o conflito.
Na conversa por telefone, Chávez manifestou a Kadhafi e Al Asad que acompanha "com particular interesse o destino do povo egípcio (...) e se mostrou confiante de que na atual conjuntura, saberá encontrar por seus próprios meios o caminho da justiça e do bem-estar", segundo um comunicado do governo venezuelano.
Kadhafi afirmou a Chávez que era "lamentável ver a intromissão dos Estados Unidos, querendo tomar controle" da situação no Egito, segundo declarou o presidente venzuelano que, como seu colega líbio, é um duro crítico das políticas de Washington.
Confira a cronologia dos incidentes:
De 17 a 20 de janeiro:
Um homem de 50 anos toca fogo em si mesmo em frente ao Parlamento, no Cairo, numa possível reprodução do suicídio de um jovem tunisiano em meados de dezembro que desencadeou a revolta e subsequente derrubada do presidente Zine El Abidine Ben Ali. Nos dias seguintes, mais três egípcios fazem o mesmo — um deles, de 25 anos, não resiste aos ferimentos e morre.
Foto: Martin Bureau, AFP
Dia 25:
Insuflados pelo líder da oposição, Mohamed ElBaradei, milhares de pessoas tomam as ruas do Egito pedindo a renúncia do presidente do país, Hosni Mubarak. Nos confrontos com a polícia, dois manifestantes morrem em Suez e um policial é morto no Cairo.
Dia 26:
As manifestações se espalham dos grandes centros para cidades menores, aumentando em número e violência. No Cairo, um policial e um manifestante são mortos, enquanto em Suez 55 protestantes e 15 homens da força anti-motim são feridos.
Dia 27:
Diante do saldo violento, com mais um jovem morto em Sinai, a Casa Branca cobra providências do governo do Cairo para evitar os embates, enquanto a União Européia chama atenção para o direito de protestas da população.
Dia 28:
O saldo da violência chega a 13 mortos, centenas de feridos e quase mil presos. Os protestos aumentam e manifestantes tocam fogo no prédio do governo em Alexandria e na sede do Partido Democrático Nacional. Os serviços de internet são derrubados e ElBaradei diz que está pronto para liderar a transição, enquanto Mubarak impõe toque de recolher e promete reformas.
Foto: Reprodução, Egyptian TV
Dia 29:
O presidente egípcio, Hosni Mubarak, designou um vice-presidente, o chefe da inteligência Omar Suleiman, pela primeira vez em 30 anos, e um novo primeiro-ministro, ambos com cargo de general, para tentar sufocar a rebelião já deixa mais de 90 mortos.
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