| 30/01/2011 22h47min
Os Estados Unidos planejam começar a retirar na segunda-feira milhares de seus cidadãos que estão no Egito, por meio de aviões contratados pelo governo, que terão como destino locais seguros na Europa. A recomendação é que seus cidadãos evitem viagens a esse país, depois de uma revolta popular que já contabiliza 125 mortos.
A secretária de Estado adjunta, Janice Jacobs, disse que serão necessários vários voos e dias para transportar os cidadãos americanos que quiserem sair do Egito e completou que não se sabe ainda quantos americanos pretendem deixar o país e quantos voos serão necessários para isso.
Os Estados Unidos identificaram até o momento em Atenas, Istambul e Nicósia como possíveis "refúgios seguros" para os destinos dos voos, disse Jacobs e completou que o governo proverá os voos necessários para os americanos e seus subordinados que quiserem deixar o Egito.
Mesmo assim, o governo recomendou neste domingo que seus cidadãos evitem viagens ao Egito e autorizou a partida desse país das famílias e pessoal não essencial de sua embaixada, informou o Departamento de Estado.
Confira a cronologia dos incidentes:
De 17 a 20 de janeiro:
Um homem de 50 anos toca fogo em si mesmo em frente ao Parlamento, no Cairo, numa possível reprodução do suicídio de um jovem tunisiano em meados de dezembro que desencadeou a revolta e subsequente derrubada do presidente Zine El Abidine Ben Ali. Nos dias seguintes, mais três egípcios fazem o mesmo — um deles, de 25 anos, não resiste aos ferimentos e morre.
Foto: Martin Bureau, AFP
Dia 25:
Insuflados pelo líder da oposição, Mohamed ElBaradei, milhares de pessoas tomam as ruas do Egito pedindo a renúncia do presidente do país, Hosni Mubarak. Nos confrontos com a polícia, dois manifestantes morrem em Suez e um policial é morto no Cairo.
Dia 26:
As manifestações se espalham dos grandes centros para cidades menores, aumentando em número e violência. No Cairo, um policial e um manifestante são mortos, enquanto em Suez 55 protestantes e 15 homens da força anti-motim são feridos.
Dia 27:
Diante do saldo violento, com mais um jovem morto em Sinai, a Casa Branca cobra providências do governo do Cairo para evitar os embates, enquanto a União Européia chama atenção para o direito de protestas da população.
Dia 28:
O saldo da violência chega a 13 mortos, centenas de feridos e quase mil presos. Os protestos aumentam e manifestantes tocam fogo no prédio do governo em Alexandria e na sede do Partido Democrático Nacional. Os serviços de internet são derrubados e ElBaradei diz que está pronto para liderar a transição, enquanto Mubarak impõe toque de recolher e promete reformas.
Foto: Reprodução, Egyptian TV
Dia 29:
O presidente egípcio, Hosni Mubarak, designou um vice-presidente, o chefe da inteligência Omar Suleiman, pela primeira vez em 30 anos, e um novo primeiro-ministro, ambos com cargo de general, para tentar sufocar a rebelião já deixa mais de 90 mortos.
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