Nem tão crítico como o de Los Angeles, nos EUA, no início dos anos 2000, nem tão bom que faça com que mais pessoas deixem os carros em casa para ir ao trabalho ou levar os filhos à escola. O transporte público em Porto Alegre conta com uma frota com idade média de quatro anos, é utilizado por muitos moradores, mas ainda peca em pontos que fazem a diferença, como a falta de informação aos usuários e veículos lotados em algumas linhas nos horários de pico.

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Dados da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) dão conta de que, após alguns anos de redução no número de passageiros, houve um crescimento de 2% em 2010. A estimativa do órgão é de que cerca de 550 mil pessoas utilizem o transporte público diariamente na Capital. Desde o início do mês, um sistema de integração faz com que a segunda passagem seja gratuita em um intervalo de 30 minutos - o benefício também é estendido aos estudantes, que já pagam meia passagem.

- Haverá uma uma nova distribuição do usuário na cidade. As pessoas vão deixar de caminhar para pegar o ônibus e terá transferência de passageiros durante todo o percurso, uma grande mexida na rede atual. Nos 11 primeiros dias, considerando um sábado e um domingo, tivemos quase

910 mil integrações com tarifa zero. Dessas, 125 mil eram de estudantes - explica a diretora de transportes da EPTC, Maria Cristina Ladeira.

Informação ao usuário ainda é deficiente

Motorista inveterado dos 18 aos 26 anos, Bruno Galera, 29 anos, fez uma escolha baseada em cálculos simples de adição e subtração ao mudar-se do Extremo Sul para a região central da cidade.

O consultor de marketing colocou no papel os gastos que teria com garagem, combustível, seguro e impostos e não teve dúvidas: vendeu o carro. Hoje, não se arrepende de ter largado o volante pela leitura de livros durante as viagens:

- Desde que eu parei de andar de carro, meu 13º salário é um salário. Parei de pagar IPVA e seguro e começou a sobrar. Mas quem consegue fazer isso é quem mora em locais bem servidos de ônibus. Se eu ainda morasse na Zona Sul, teria carro.

Galera concorda que a frota da Capital é nova e ressalta que quase todos os ônibus que usa têm ar-condicionado. Mas aponta um problema grave no sistema: a total falta de informação sobre linhas, itinerários e horários à disposição dos usuários.

- Na Alemanha, você entra no ônibus e há um sistema viva-voz informando o trajeto. A primeira coisa seria mostrar que é possível chegar a qualquer lugar de ônibus em Porto Alegre. Ônibus tem, o que falta é informação sobre como chegar aos lugares - avalia.

A EPTC reconhece o problema e afirma que, até o final deste ano ou início de 2011, um projeto piloto deve ser iniciado em uma das linhas com maior número de usuários — ainda não definida.

- A ideia é padronizar as paradas no trajeto da linha. Haveria indicação da linha que está passando, quanto tempo é o intervalo entre os ônibus e a indicação externa com relação às linhas do ponto. Informação dinâmica em tempo real, não somente um painel fixo - diz a diretora Maria Cristina.

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