Energia | 13/07/2011 07h10min
Durante esse intenso período de aprendizado, Ursula Sladek e seu marido empregaram a maior parte do tempo conduzindo reuniões e campanhas, portanto seus filhos tiveram de aprender a cuidar de si mesmos.
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— Estávamos frequentemente longe ou havia pessoas na casa, então as crianças (que tinham 13, 11, nove, sete e quatro anos na época) tiveram de ajudar com as tarefas domésticas. Elas aprenderam a ir às compras e cozinhar. Meus três garotos são ótimos cozinheiros.
Às vezes, eles ansiavam por uma vida familiar normal e se ressentiam em ter sua casa invadida por ativistas e jornalistas, conta Ursula.
— Todos tínhamos de fazer sacrifícios, mas isso não é necessariamente ruim. É importante para as crianças verem que seus pais estão engajados em algo importante que não tem nada a ver com seu interesse individual — diz ela.
Depois de muitos anos e batalhas, em 1997, ela e seus amigos levantaram dinheiro suficiente por meio de doações da comunidade para comprar o contrato e fornecer ao município de Schönau eletricidade não nuclear. Ursula tornou-se presidente e ainda dirige a empresa, que se expandiu e inspirou outras comunidades a fazerem o mesmo. Sebastian se envolveu nisso por dois anos e Alexander está retornando a Schönau neste verão para trabalhar lá também.
— Todos nossos filhos estão interessados naquilo que estamos fazendo e, claro, nenhum deles compra energia nuclear ou fóssil.
Objetivo é alcançar marca de 1 milhão de consumidores
A EWS pertence a mil cidadãos e obtém toda a sua energia de fontes verdes, em sua maioria operações de hidrelétricas, mas também de painéis solares, turbinas de vento e pequenas centrais de cogeração residenciais, que produzem calor para a casa e eletricidade para a rede. Os acionistas da companhia recebem dividendos, e o resto é reinvestido em novos projetos de energia renovável e em treinamento e apoio a comunidades que querem dirigir sua própria empresa de energia verde.
— É importante para as pessoas perceberem que elas mesmas podem fazer as mudanças. Podem começar por baixo, instalando um moinho de vento ou painéis solares. Então, em maior escala, tomar as redes dos grandes provedores de energia. Isso pode ser feito em todo lugar e queremos motivar as pessoas — afirma.
Do fornecimento de 1 milhão de kw/h a 1,7 mil clientes em 1998, a EWS agora provê mais de 400 milhões de kw/h para mais de 100 mil clientes em toda a Alemanha. Ursula espera ter 1 milhão de consumidores em 2015.
Com uma enxurrada de novos clientes trocando para a EWS depois de Fukushima, ela não pretende desacelerar e aproveitar o tempo com seus sete netos em breve:
— Teria gostado de ter mais tempo para minhas crianças e, agora, meus netos. Mas faço o que faço por eles, e eles sabem disso. É seu futuro que estou tentando proteger, e realmente acho que vale a pena.
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