Ambiente | 02/06/2011 17h05min
Com a maior produtividade de soja e algodão do país, agricultores do oeste baiano temem ter que reduzir o ritmo de crescimento por conta do novo Código Florestal. O assunto foi tema do Fórum do Canal Rural realizado nesta quinta, dia 2, durante a Bahia Farm Show, em Luiz Eduardo Magalhães.
O oeste baiano possui mais de 1,7 milhão de hectares de área plantada. A região tem a maior produtividade de soja e algodão do país. Isso devido à união do clima com a alta tecnologia aplicada. Em pleno crescimento, os produtores estão preocupados com o novo Código Florestal, que está no Senado para ser votado. Eles têm o receio de não poder aumentar a área de produção.
O diretor de Meio Ambiente da Associação de Irrigantes da Bahia (Aiba), Cisino Menezes Lopes, torce para que o texto aprovado na Câmara entre em vigor. Caso contrário, a maioria dos produtores da região vai ser prejudicada.
– Nós, produtores, estamos muito preocupados em não termos o Código Florestal aprovado, porque tem uma outra lei do governo do Estado agora de 12 de junho que, se não fizer nada, vai ficar todo mundo na ilegalidade. Porque, a partir de 12 de junho, quem não tiver reserva legal, vai pagar multa. Aí o governo vai ter que se virar de alguma forma, se não o Brasil todo está na ilegalidade – disse Lopes.
O tema foi amplamente debatido no Fórum Canal Rural. O evento foi transmitido ao vivo e contou com a presença de representantes dos produtores da região, do governo baiano e do relator do Código Florestal na Câmara, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
– Tenho esperança de que isso seja resolvido. O agricultor não precisa entrar em pânico, em desespero, porque tem uma Lei Ambiental rigorosa. E nem a Lei Ambiental e os que aplicam a lei podem tomá-la como instrumento de perseguição contra a agricultura – observou Rebelo.
Para a vice-prefeita de Luiz Eduardo Magalhães, Katerine Rios, é importante que se discuta o Código Florestal.
– É de grande importância para o município, para região Oeste e para todo o Brasil, este fórum do Canal Rural que está tendo aqui, com o Código Florestal em debate, para que seja conhecido nos outros Estados – declarou Katerine.
Participaram também do evento alguns membros da Comissão de Agricultura da Câmara. Eles buscam apoio dos deputados da região para a aprovação do Código Florestal.
– Não é verdade quando falam que nós produtores votamos o Código para os produtores rurais. Esse código vai trazer a contemplação para o meio ambiente, para a natureza e para as pessoas e para o meio produtivo – falou Nelson Padovani, presidente da Comissão de Agricultura da Câmara.
O deputado federal Valdir Colatto (PMDB/SC) observou a importância da integração entre os deputados para a aprovação do Código Florestal.
– Nós precisamos convencer aqueles que pensam que o Código é ruim para o Brasil, para desmitificar estas questões das áreas consolidadas. Nós precisamos ver o impacto que vai dar no Estado que vai retirar. A questão do desmatamento não tem nenhum enfoque que facilite o desmatamento. A legislação ficou a mesma e até mais dura – observou ele.
Para o deputado Oziel Oliveira (PDT-BA), a grande preocupação do Oeste baiano era com o artigo 47 do Código Florestal, que não permitia a abertura de novas áreas para a produção nos próximos cinco anos.
– Nós não podemos deixar essa região que está aquecendo, ficar cinco anos sem produzir. Isso seria um prejuízo muito grande na economia e no social – disse o deputado.
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