Na mesma linha de Arnold Schwarzenegger e James Cameron, Bill Clinton encheu a bola dos brasileiros em sua participação no Fórum Mundial de Sustentabilidade neste sábado em Manaus (AM). Porém, os elogios desta vez vieram do homem que governou por duas vezes os Estados Unidos.

— Vocês têm a oportunidade de construir um país dinâmico sem destruição — afirmou.

Clinton citou a atuação do Brasil na contenção do desmatamento da Amazônia (reduzido em 75%) e a liderança mundial do país na eficiência da produção de etanol:

— O Brasil merece crédito por isso — disse.

O ex-presidente dos EUA, que hoje atua nas áreas social e ambiental em diversos países, com a Clinton Foundation, destacou que, dos 44 países que se comprometeram em reduzir suas emissões, apenas quatro agiram e vão conseguir atingir suas metas até 2012 - Alemanha, Grã-Bretanha, Suécia e Brasil. Segundo ele, o diferencial é que essas nações mudaram a maneira como produzem e utilizam a energia, sem deixar de lado a busca pelo bem-estar social.

— Se o Brasil conseguir aproveitar os sucessos alcançados até aqui e tomar as decisões certas, pode derrubar as barreiras mentais que impediram um acordo em Copenhague. Quero que o Brasil lidere o mundo na questão energética.


VÍDEO: Bill Clinton circula em Manaus antes de participar do fórum


Energia do lixo

Mais de uma vez durante sua apresentação, Clinton defendeu o fechamento dos aterros sanitários e o aproveitamento do lixo não-reciclável para a produção de energia:

— Se eu fosse vocês, fecharia todos os aterros, colocaria os desempregados a separar os resíduos e transformaria o que não pode ser reciclado em energia.

Conselhos do ex-presidente

A participação do ex-presidente americano ainda incluiu diversas "dicas" para que o Brasil tome a frente no cenário internacional. Uma delas é a criação de um fundo verde para promover iniciativas sustentáveis, outra é o aproveitamento de energia solar em comunidades afastadas.

Clinton, porém, destacou que o Brasil precisa envolver outros países na jornada:

— Vocês não podem tornar o mundo mais sustentável sozinhos, têm de convencer os grandes emissores, como China e Índia, a seguir vocês.

O conselho final foi curto e direto:

— Antes de qualquer coisa, criem empregos.



*A editora viajou a convite do Grupo de Líderes Empresariais (Lide)