Bom humor e autoridade para falar sobre energias renováveis. Foi isso que o público presente ao Fórum Mundial de Sustentabilidade, aberto nesta quinta-feira em Manaus (AM), encontrou na participação do ex-governador da Califórnia (EUA) Arnold Schwarzenegger.

Primeira das personalidades a circular pelo evento, que segue até sábado no Hotel Tropical, o ex-ator defendeu o desenvolvimento econômico baseado em matrizes energéticas limpas. E mostrou que sabe do que está falando.

Na Califórnia, Estado que governou entre 2003 e 2010, Schwarzenegger conseguiu a proeza de garantir 20% da energia vinda de fontes renováveis, e ainda colocou em 33% a meta para o setor até 2020. A Califórnia, sob o comando de Schwarzenegger, foi pioneira nos EUA na criação de uma política para a redução de emissões.

O segredo, segundo o político, é envolver a população e trazer todos os interessados para o debate:

— Na área ambiental, temos de ser o mais inclusivos possível. Temos de fazer o ambientalismo ser sexy. As pessoas tem de se apaixonar pela questão ambiental, não podem sentir medo.

Se por um lado prega união na busca de soluções, por outro Schwarzenegger não deixa de ser competitivo. Mais de uma vez citou a China, dizendo que países como o Brasil e os EUA não podem ficar para trás na corrida pela tecnologia verde e gabou-se dizendo que a Califórnia está construindo a maior estação de energia solar do mundo.

— Tenho certeza que a economia verde será a próxima revolução — disse.

“Fui um gringo arrogante”, diz Cameron

O diretor James Cameron, de Titanic e Avatar, acompanhou a participação do político. Pela segunda vez no Fórum Mundial de Sustentabilidade, Cameron mostrou-se mais a par das questões energéticas do país.

Em sua estada em solo brasileiro no ano passado, o cineasta chegou a pedir que o presidente Lula revisasse a licença para a Usina de Belo Monte.

— Fui um gringo arrogante — afirmou ele na tarde desta quinta-feira.

Chamado para debater com Schwarzenegger, Cameron defendeu que o Brasil aproveite seu potencial para a energia solar, afirmando, inclusive, que ela resolveria os problemas das linhas de transmissão.

— Cada cidade vai poder gerar sua própria energia. O Brasil precisa ter consciência da sua importância no cenário internacional. Tudo o que o país fizer na área ambiental representa uma linha a ser seguida por outras nações.

*A editora viajou a convite do Grupo de Líderes Empresariais (Lide)