Moradores da Cidade de Deus, na zona oeste do Rio de Janeiro, se reuniram hoje com representantes da Secretaria de Reforma do Judiciário, do Ministério da Justiça, para discutir as principais demandas da comunidade para a instalação de um Núcleo de Justiça e Cidadania, o primeiro da capital fluminense.

A Casa da Cidadania, como é chamado o núcleo a ser instalado na Cidade de Deus, ficará na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade.

A intenção é conhecer as necessidades dos moradores quanto aos serviços de acesso à Justiça. Para isso, de acordo com o secretário interino de Reforma do Judiciário, Marcelo Vieira, a Casa da Cidadania tratará de questões como violência doméstica, emissão de documentos e auxílio jurídico.

- Teremos serviços de cidadania, como emissão de documentos. Foi uma questão muito colocada aqui: como tirar uma carteira de identidade, certidões de nascimento, casamento e óbito. A ideia é que tenhamos um balcão que ofereça esses serviços também. É o resgate da cidadania. É o resgate que a gente traz pra essa comunidade que ficou 40 anos com a omissão do Poder Público nesses serviços essenciais de cidadania e Justiça - disse Vieira.

Participaram da reunião também representantes da Defensoria Pública da União e dos tribunais de Justiça Estadual e Regional Federal. Um dos objetivos da concentração de serviços num espaço físico só é que o Ministério Público (MP) acolha as necessidades da população em questões governamentais, como saúde e educação, para tomar as devidas providências. A expectativa é que as atividades do MP comecem no segundo semestre.

A Cidade de Deus tem cerca de 100 mil habitantes. Antes dominada pelo tráfico de drogas, foi a segunda comunidade a receber uma UPP na cidade. Atualmente, há 16 UPPs em comunidades da capital fluminense.