Ambiente | 01/03/2011 13h32min
Três líderes indígenas denunciaram hoje, em Londres, o grave impacto para as suas comunidades e o ambiente das gigantescas hidrelétricas projetadas na bacia do Amazonas, que, segundo eles provocarão destruição, inundações e o deslocamento de milhares de pessoas.
- Estamos aqui para mostrar à comunidade internacional que não nos escutam e que o governo brasileiro está violando seriamente nossos direitos - declarou Sheyla Yakarepi Juruna, representante da tribo Juruna no Rio Xingu, no Estado do Pará, onde está prevista a construção da hidrelétrica de Belo Monte, que seria a terceira maior do mundo.
Sheyla Yakarepi Juruna, o Almir Narayamoga Surui, líder da tribo Surui na região do Rio Madeira, no Estado de Rondônia, e Ruth Buendía Mestoquiari, presidente da organização Central Ashaninka do Rio Ene, no Peru, concluem na capital britânica uma viagem de 10 dias pela Europa que passou por Oslo, Genebra e Paris.
No Rio Madeira, afluente do Amazonas, há outras duas grandes hidrelétricas em construção. O governo brasileiro, que busca garantir a futura segurança energética do país, assinou um acordo com Lima para construir e operar seis hidrelétricas em território peruano, entre elas a de Paquitzapango nas terras dos Ashaninka.
Na quarta-feira, último dia da visita, os ativistas protestarão ao lado de membros de uma coalizão de organizações não-governamentais britânicas diante do escritório londrino do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), principal fonte de financiamento dos projetos.
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