Transportes | 25/02/2011 17h54min
O governo da Costa Rica descartou, na sexta-feira, a isenção de impostos aos veículos elétricos ou híbridos durante a apresentação para o continente do novo produto desta linha da empresa japonesa Mitsubishi, o i-MiEV.
- Esse é um veículo de emissões zero, motivo pelo qual os impostos também deveria ser zero para facilitar sua aquisição - afirmou o embaixador do Japão na capital do país Yoshiharu Namiki, que acompanhou os executivos da empresa no evento.
Ele destacou que o valor do novo i-Miev é de cerca de US$ 60 mil dólares e, sem os impostos, seria aproximadamente US$ 10 mil mais barato. O embaixador, porém, reconheceu que, mesmo assim, o automóvel seria caro e, por isso, afirmou que as autoridades locais deveriam tomar medidas adicionais - o que foi descartado, por agora, pela presidente Laura Chinchilla.
- Não faremos uma exceção de impostos. O custo é alto porque a indústria ainda não quer baratear sua produção - afirmou Laura, em uma coletiva de imprensa.
Ela afirmou ainda que o veículo não está direcionado para setores populares e que uma eventual redução de tributos para esse tipo de automóvel é uma decisão do Ministério da Fazenda.
Posição semelhante expressou o vice-presidente Alfio Piva, que coordena os temas ambientais no governo, ao alegar que já foram eliminados vários impostos e que somente dois ainda se aplicam: 1% sobre o valor da importação e 13% no imposto de vendas.
- O problema, nesse caso, não são os impostos. Além disso, o tema compete à Fazenda, Mas poderíamos pensar em outras medidas para incentivar a compra, como tirar deles a restrição de circulação em dias de rodízio ou acertar mecanismos de financiamento com os bancos - comentou Piva.
Ambos descartaram que a eleição da Costa Rica para o lançamento da Mitsubishi no continente seja uma pressão para que essas medidas sejam tomadas.
- Esse é um prêmio pelo bom comportamento ambiental do país - disse Piva, enquanto Laura considerou um "reconhecimento internacional pelo compromisso com o ambiente".
Piva comentou que outra empresa japonesa, a Nissan, mostrou interesse em trazer seu veículo elétrico ao país, mas antes pediu que se melhore a regulação.
- A Costa Rica não está preparada para um mercado de veículos elétricos. Por exemplo, não se pode revender eletricidade. Então, deve-se regular tudo isso: o preço e as normas para o tipo de plug, são uma série de coisas que temos de regulamentar - explicou.
As autoridades admitiram que a presença de carros elétricos ajudará a alcançar a meta de neutralização da emissão de CO2 e que a Costa Rica espera alcançar em 2021. Hoje, o principal obstáculo é exatamente o setor de transportes.
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