O sonho da engenheira agrônoma Helena Schanzer, 47 anos, de morar na zona sul de Porto Alegre começou a se concretizar em 2006, quando comprou um terreno com ampla área verde na Vila Assunção.

Em 2009, ao lado do irmão, começou a construir a residência de 370 metros quadrados, onde também funciona seu escritório. Mudou-se em dezembro, com o filho, deixando o apartamento em que moravam no bairro Bela Vista.

Helena trabalha na área de paisagismo há cerca de 20 anos. Por fazer projetos de jardins em prédios comerciais, corporativos e residenciais, já tinha em mente ideias como o uso do telhado verde quando procurou a arquiteta para fazer o projeto.

Sua casa prima por aproveitar e reaproveitar os recursos naturais. A proprietária também optou por preservar o aspecto original dos materiais, deixando concreto aparente em parte do forro e no piso, mantendo as portas apenas com verniz e aberturas externas de alumínio sem pintura.

No primeiro andar da construção da Rua Pareci, fica o escritório onde Helena atende os clientes e faz seus projetos. É onde fica também a garagem. No pavimento superior, está uma sala com amplas aberturas. Pela porta da frente, pode ser visto o telhado verde e, pela dos fundos, o jardim com a mata nativa, que foi preservada.

Por enquanto, as coberturas da garagem e do escritório contam com grama e outras plantas. Mas Helena pretende expandir o jardim para toda a cobertura da casa de três pavimentos.

Telhado verde para reduzir consumo de energia

O telhado verde tem cerca de 40 centímetros de altura. É composto por uma manta impermeabilizadora, cimento, brita, dreno, bidim (uma espécie de filtro), composto orgânico e grama. Helena ressalta a importância da vedação para evitar infiltrações. Por falha na mão-de-obra, ela deparou com o problema, que foi resolvido.

No local, foi feito um jardim, que conta com pitangueira, mudas de lavanda e framboeza e citronela. Além do apelo estético, a ideia serve para refrescar o andar inferior, diminuindo o consumo de energia elétrica com ventilador e ar-condicionado.

Aproveitamento de recursos naturais

Contudo, não é só o telhado que faz da casa um ambiente equilibrado. Uma cisterna com capacidade de 8 mil litros armazena a água da chuva, que é bombeada e utilizada na irrigação dos jardins. As áreas envidraçadas diminuem a necessidade da iluminação artificial durante o dia. Colocadas em posição estratégica, as janelas garantem a ventilação cruzada, que refresca os cômodos.

Para completar, uma composteira no quintal recebe os resíduos orgânicos produzidos pelos moradores. O projeto de Helena, de uma residência integrada à natureza e com reaproveitamento dos recursos, tornou-se realidade.