| 28/02/2009 19h02min
É um casal 20 curioso, o do Inter. Não pelo talento do par, mas pela relação entre eles. A diferença de idade nem é tão expressiva. Taison completou 21 anos em janeiro. Nilmar fará 25 em julho. Mas um parece filho do outro. Taison só falta pedir autógrafo para o seu parceiro de ataque. Depois do Gre-Nal de Erechim, então, quando uma jogada empreendida unicamente pelos dois decretou a vitória do Inter, tornando-se cartão de apresentação da dupla, Taison perdeu as estribeiras.
— Nem sei o que dizer sobre o Nilmar. Pensa bem: o cara esteve na Europa, sofreu duas cirurgias de joelho, jogou pela Seleção Brasileira. Olha só o que ele já passou. E está aí! O Nilmar é o cara. Ele é o cara.
Antes, Taison admitia voltar a jogar na meia. Agora, especialmente após a saída de Alex, não.
— Para ajudar o D'Alessandro na armação, o Tite pede para recuar como meia, de vez em quando?
— Não. Ele me dá liberdade para buscar jogo, mas me pede para
ficar perto do Nilmar.
— Como atacante
mesmo?
— Isso: atacante mesmo — repete Taison, para completar em seguida, com ênfase, como se fosse o mais importante de tudo.
— Com o Nilmar.
O sonho de Taison é desbancar Tevez do coração de Nilmar. Por enquanto, é o argentino o preferido.
— Tive grandes parceiros, mas onde mais fiz gols e fui reconhecido foi no Corinthians, com o Tevez. Joguei bem, fui artilheiro do Campeonato Paulista, e ele foi eleito o craque do Brasileirão. Éramos dois jogadores de velocidade, com características parecidas — diz Nilmar.
Velocidade. Aí está a chave não apenas para Taison disputar o coração de Nilmar no quesito parceiro ideal, mas na hora de avaliar o maior trunfo do Inter no Gre-Nal deste domingo. Assim, Nilmar acredita que Taison pode, em breve, desbancar Tevez como casal 20. Quando ainda se discutia no Beira-Rio se Alex deveria ser recuado para dar lugar ao emergente Taison no ataque, Nilmar deixava clara a sua
preferência. O fazia com cuidado, sem desmerecer Alex, meia de
origem e seu parceiro em 2008. Mas dizia:
— Atacante sempre prefere outro atacante.
Hoje, ele acrescenta, já de olho no Gre-Nal, quando a velocidade decidiu em favor do Inter:
— Esta fórmula sempre dá certo. O futebol está muito corrido hoje. Antigamente, o centroavante ficava lá, parado. Hoje, a maioria dos clubes grandes atua com dois velocistas na frente. Facilita para fazer as jogadas e participar do jogo.
No passado foi assim
O casal 20 do Inter fez história no título da Libertadores de 2006. Fernandão fez cinco gols e deu o passe final para outros tantos. Nas finais, Rafael Sobis marcou os dois na vitória de 2 a 1 sobre o São Paulo, no Morumbi. Na grande decisão, no Beira-Rio, o capitão fez um e deu o passe para Tinga no empate em 2 a 2. Fernandão foi escolhido também o craque da decisão. Com a ida de Sobis para o Betis, o casal 20 ganhou uma segunda versão: Fenandão e Pato.
Apesar da conquista do título, no imaginário dos torcedores a imagem
marcante que ficou foi mesmo da dupla Fernandão e Sobis. Como se tornaram amigos, estavam sempre juntos no Beira-Rio. Fernandão, hoje no Al-Gharafa, do Catar, foi um dos padrinhos de casamento de Sobis, hoje no Al-Jazira, dos Emirados Árabes.
Bons companheiros
A história de Carlos Tevez, parceiro ideal no casal 20 de Nilmar, é um tanto conhecida. Campeão olímpico com a seleção argentina em 2004, da Libertadores e do Mundial de Clubes com o Boca Juniors, em 2003, chegou ao Corinthians da MSI por US$ 20 milhões. Foi ídolo no Parque São Jorge. Nilmar o ajudou a ser um dos goleadores do Brasileirão de 2005. Ao lado do hoje atacante do Inter, Tevez foi escolhido o melhor jogador do Brasileirão. Depois de uma passagem pelo West Ham, seguiu para o Manchester United, onde sagrou-se campeão da Liga dos Campeões de 2007/2008.
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