Os colorados de Rondonópolis e os que haviam chegado de locais distantes como Acre, Pará e Rondônia esperavam muito mais. A direção, que gastou R$ 150 mil num voo fretado, projetava melhor resposta em campo. Deu tudo errado. Em sua estreia na Copa do Brasil, o Inter decepcionou e perdeu por 1 a 0 para o União, equipe que jamais conquistou um título estadual no Mato Grosso. Foi a primeira derrota da temporada. Suficiente, contudo, para reacender a desconfiança de que o time encontra dificuldades em competições com essa fórmula.

Com o resultado, será preciso vencer por diferença de dois gols o jogo de volta, no Beira-Rio, cuja data ainda está indefinida. É a condição inadiável para poder poder enfrentar o Guarani-SP, que eliminou o paranaense J.Malucelli já na primeira rodada.

É possível que o calor, superior a 30°C, tenha atrapalhado o rendimento dos jogadores. D'Alessandro, por exemplo, alternou jogadas de qualidade e lances pouco inspirados. E ainda abusou das reclamações a cada entrada mais forte dos marcadores. Andrezinho revelou-se uma reposição ineficaz para a ausência de Alex, lesionado. Nilmar sequer chutou a gol. Coube a Taison tentar resolver as dificuldades em investidas velozes contra a defesa do União.

No início do primeiro tempo, o Inter foi surpreendido pelo ímpeto do União. Tanto que, logo aos dois minutos, o zagueiro Álvaro abusou da energia ao marcar Clodoaldo e recebeu cartão amarelo. Aos poucos, em rápidas troca de passes, o Inter passou a envolver o adversário. Ao todo, obteve nove escanteios. As chances de marcar, no entanto, não foram muito claras. Resultaram, basicamente, de chutes de fora da área. Na melhor delas, Kléber forçou o goleiro Paulo Sérgio a grande defesa.

O União respondeu na mesma medida, em chute de Clodoaldo, defendido com dificuldade por Lauro.

— Temos que fazer as coisas com um pouco mais de calma — disse Tite, sem esconder a contrariedade.

No segundo tempo, o técnico esperou apenas 16 minutos para modificar a equipe. Ao trocar Andrezinho por Giuliano, deu mais agressividade ao time. Aos 26, uma nova tentativa de melhorar a produção ofensiva. Substituído por Alecsandro, D'Alessandro passou sem olhar para Tite.

Surpreendentemente, quem cresceu foi o União. Aos 33, o chute de Clodoaldo só não entrou por desviar antes em Guiñazu. Pouco depois, a bola cruzada da direita cruzou toda a área do Inter até encontrar Diogo, que concluiu para decretar a vitória do time da casa.

Já nos acréscimos, o Inter ainda escapou de um prejuízo maior, quando Clodoaldo chutou na trave.

Nas cadeiras, o presidente Vitorio Piffero e o vice de futebol não escondiam seu constrangimento com o que viam em campo.

— Não há o que explicar, tem que reverter lá no Beira-Rio — esquivou-se Magrão.

Jogada Comentada: as chances perdidas pelo União-MT: