O técnico Jorge Anadon precisou de apenas um jogo no comando do Inter-SM para diagnosticar o principal problema da equipe nos primeiros sete jogos do Gauchão: a marcação. Ou melhor, a fragilidade dela. Segundo o treinador, foi por esse motivo que o time levou três gols do São José mesmo tendo dominado boa parte da partida de quarta-feira. A falta de pegada foi o assunto da conversa de 1h30min que Anadon teve com os jogadores na tarde desta quinta.

– O time não faz falta em ninguém. E no Gauchão, não pode ser assim. Os nossos jogadores demoram a chegar no lance. Inventamos um novo tipo de marcação: por telepatia – reclamou.

Volante conhecido por sua pegada nas décadas de 80 e 90, o técnico apontou a marcação deficiente dos jogadores de meio-campo como umas das causas do desempenho ruim da defesa colorada, a mais vazada do Gauchão, ao lado de São José e Sapucaiense, com 14 gols sofridos.

– Eu posso falar disso, porque foi onde eu joguei toda a minha vida. Se tu tens um meio-campo que marca direito, a bola chega quebrada na defesa – salientou o treinador.

O zagueiro Linno, um dos mais criticados na última derrota, concordou com o diagnóstico:

– Falta essa pegada mais forte. Aí, acaba sobrecarregando lá atrás – observou.

Reforços

Nos próximos dias, o Inter-SM deve contratar, no mínimo, quatro jogadores. Algumas posições ainda serão reavaliadas, mas a prioridade já está clara: um primeiro volante – também estão na pauta um ala-direita, um meia e um atacante. Na opinião de Anadon, o único camisa 5 legítimo que há no elenco é Wilson, que está machucado e só voltará a jogar no início de março.

Para o treinador, Gudi, que vinha sendo escalado por Abel Ribeiro na função, não tem essa característica, embora deva atuar à frente dos zagueiros na partida de domingo, às 16h, contra o Santa Cruz.

– O Gudi não é primeiro volante. Ele não tem biótipo para exercer aquela função – explicou Anadon.

– Ele deixou claro que quer um volante brucutu – resignou-se Gudi.