| 12/02/2009 13h22min
O caso de Gustavo Nery, lateral-esquerdo que está para deixar o Inter, é o exemplo mais recente de um fenômeno recorrente no futebol gaúcho. Com frequência, jogadores chegam a Porto Alegre com a sensação de que é uma questão de tempo para que se tornem titulares absolutos. Alguns vêm consagrados do Exterior, outros retornam como ídolos da torcida. Porém, nenhuma das credenciais serve quando o jogador entra em campo e não corresponde à expectativa.
Relembre alguns casos:
INTER
Gustavo Nery
O lateral-esquerdo chegou ao Inter, na metade de 2008, buscando a reabilitação profissional. Havia passado meses sem jogar no Fluminense. No entanto, vinha recomendado pelas grandes temporadas que fez no Corinthians, principalmente em 2005, quando o clube
paulista tinha um grande time com Carlos Alberto, Roger, Nilmar e Tevez, entre outros.
Desembarcou mostrando empenho e dava entrevistas dizendo que estava no lugar ideal para recuperar a velha forma.
Assim que teve condições físicas, ganhou vaga de titular com Tite. Porém, não correspondeu às expectativas e logo perdeu o lugar para Marcão, zagueiro deslocado. Jogava apenas com o time reserva. Na pré-temporada, aceitou mudar de função. Treinou na meia-esquerda, na esperança de jogar. Não adiantou. No início de fevereiro, pediu para a diretoria que o liberasse para procurar outro clube.
Daniel Carvalho
Revelação das categorias de base do Inter, formou uma dupla histórica com Nilmar em 2003 e entrou para a galeria de ídolos da torcida. Após quatro anos no futebol russo, voltou por empréstimo. Seu desembarque atraiu uma pequena multidão ao Aeroporto Salgado Filho, em julho de 2008. Chegou muito acima do peso e recém
recuperado de lesão.
Antes de obter totais
condições físicas, aceitou entrar em campo porque o time estava desfalcado. Fez um gol de pênalti em um Gre-Nal, mas não convenceu. Foi retirado do time para fazer um recondicionamento físico, mas nunca voltou. Jogou as partidas da Sul-Americana quando o Inter priorizava o Brasileirão e as do Brasileirão quando o clube passou a preferir a Sul-Americana. Deixou a torcida nervosa com a sua aparente falta de empenho e dedicação. Ao fim do empréstimo, não renovou com o Inter.
Bustos
Após temporada irregular no Grêmio em 2007, não ficou no Olímpico porque o clube não quis comprá-lo em definitivo ao Deportivo Cúcuta. Então, o Inter investiu para adquirir o lateral-direito titular da seleção colombiana. No Beira-Rio, Bustos nunca se firmou. As famosas cobranças de falta não entraram. Fez um gol com bola rolando logo na estreia, contra o Brasil-Pe, mas
não foi suficiente. Lesões e convocações
também atrapalharam a sequência no time.
Durante uma longa viagem sua com a seleção, o Inter trocou de técnico. Tite substituiu Abel Braga e começou o trabalho sem contar com o colombiano, que, quando retornou, nunca mais assumiu a condição de titular. O treinador supostamente considerava o lateral deficiente na marcação. Ele deu entrevista reclamando e dizendo que havia parado os argentinos Messi e Agüero em partida das Eliminatórias. Não adiantou. Foi dispensado na virada do ano e emprestado ao Millonarios, da Colômbia.
Richard Morales
O centroavante uruguaio de 1m96cm chamou a atenção por seus gols quando defendia o Nacional-URU. No início de agosto, esteve a ponto de se transferir para o Flamengo, mas as imagens de um protesto de torcedores na Gávea assustaram a família do gigante no Uruguai. O jogador também queria se afastar de
brigas e confusões e preferiu não ir para o Rio de
Janeiro.
Em setembro, chegou a Porto Alegre como reforço para vestir a camiseta 9 do Grêmio e sair jogando. No entanto, nunca chegou a ser titular absoluto de Celso Roth. El Chengue, como é conhecido desde criança, deixa mais saudade pela figura folclórica que é do que pelos gols marcados – foi apenas um, contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro.
Julio dos Santos
Revelado pelo Cerro Porteño, foi convocado para a seleção paraguaia e contratado pelo Bayern, de Munique. Porém, não conseguiu se firmar e foi negociado com Wolfsburg, da Alemanha, e depois com o Almería, da Espanha. Uma fratura na perna direita o deixou fora de ação por cinco meses e prejudicou sua trajetória na Europa.
Em 2008, o Grêmio trouxe o meia por empréstimo junto ao Bayern, com fama de “Riquelme paraguaio”. No Olímpico, não caiu nas graças de Celso Roth,
que o considerava muito lento. Além disso, problemas
pessoais, como a morte do seu irmão no Paraguai, o deixaram abatido durante a maior parte da passagem por Porto Alegre. Acabou dispensado e transferido para o Atlético-PR, em junho.
Amoroso
Foi o grande destaque do São Paulo na conquista do Mundial de Clubes da Fifa em 2005. Com o sucesso, foi contratado pelo Milan, mas quase não foi aproveitado e se transferiu para o Corinthians.
O Grêmio, de Mano Menezes, contratou Amoroso em 2007 para disputar a Libertadores, tentando resgatar o atacante que fez sucesso no São Paulo. Porém, não conseguiu ganhar a vaga dos titulares Tuta e Carlos Eduardo. O atacante foi mais utilizado na equipe mista no Brasileirão e não conseguiu fazer nenhum gol. Acabou rescindindo com o clube.
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