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 | 10/12/2008 15h27min

Em palestra, Parreira lembra de época em que jogadores rejeitavam Seleção

Técnico campeão mundial em 1994 é o organizador do fórum internacional Footecon

O técnico Carlos Alberto Parreira lembrou nesta quarta-feira, em sua palestra no Fórum Internacional de Futebol (Footecon), da época em que comandava a Seleção Brasileira nos anos 90 — tempo em que, segundo ele, os jogadores estavam perdendo a vontade de defender a equipe então tricampeã mundial.

Parreira afirmou que a eliminação precoce na Copa do Mundo de 1990, na Itália, fez com que os atletas perdessem a vontade de vestir a camisa da Seleção, para evitar participar de fracassos. O treinador disse que visitou jogadores em seus clubes, ao lado do então auxiliar Zagallo, para lembrá-los da tradição do futebol brasileiro e resgatar o amor pela Seleção.

— Visitamos jogadores em seus clubes antes da Copa de 94. Ser convocado não era mais uma vontade. O bom era não ser convocado, para não dar vexame. Nossa missão era fazer o que o Zagallo chamava de resgatar o amor pela camisinha amarela — disse.

A palestra de Parreira contou com a presença, na platéia, do atual auxiliar-técnico da Seleção, Jorginho — que atuou como lateral-direito na campanha do título mundial de 1994, nos Estados Unidos. O treinador também ressaltou a importância de se conhecer a história da equipe onde se trabalha, respeitando a escola do futebol local. Parreira citou como exemplo uma frase do argentino Cesar Menotti, que diz:

— Se você é musico e não sabe quem foi Beethoven, está perdido. Se ignoro o meu passado, não posso planejar, seja meu presente ou meu futuro. É importante conhecer um pouco da história de onde você vai trabalhar — disse o técnico campeão mundial em 1994.

Parreira citou o Real Madrid como exemplo de equipe cuja história é respeitada e mantém a mesma filosofia de trabalho até mesmo trocando o técnico — nesta terça, o alemão Bernd Schuster foi demitido e deu lugar ao espanhol Juande Ramos.

— É importante manter uma filosofia de trabalho. Fazer as coisas mais simples. É só olhar para o Real Madrid, que já teve técnico inglês, espanhol, brasileiro. O time não muda o esquema, sempre continua no 4-4-2 — disse.

EFE
 

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