| 09/12/2008 15h54min
O encerramento da carreira nas pistas, confirmado domingo no fechamento da temporada em Interlagos, não significará o fim de linha para Guto Negrão na Stock Car. Depois de descartar ofertas para continuar correndo em 2009, o piloto campineiro disse que está estudando propostas para abrir uma nova área de atuação.
– Tenho convites para trabalhar na parte diretiva de equipes. Uma das possibilidades é junto ao Ingo Hoffmann, que também se aposentou no fim de semana – adiantou.
Guto e Ingo já são parceiros no campo social. Guto é vice-presidente do Instituto Ingo Hofmann, entidade fundada pelo recordista de títulos na Stock Car – 12 – cuja face mais visível é a Casa da Criança e da Família, parceria com o Centro Infantil Boldrini (Campinas), hospital especializado em câncer infantil. A Casa abriga crianças durante o tratamento da doença, ao lado de familiares. Em Interlagos, Guto se emocionou com a visita da garotada em sua prova de despedida.
– Fiquei com um nó na garganta e não deu para segurar as lágrimas – admitiu.
Com 49 anos, Guto estreou em 2000. Curiosamente, está deixando as pistas juntamente com o chassi tubular projetado pelo argentino Edgardo Fernandez que substituiu os Omega na mesma temporada em que ascendeu à divisão principal da Stock Car. Nesse período, disputou 108 provas e somou 426 pontos absolutos (desprezando-se a pontuação diferenciada dos play-offs). Sua melhor campanha foi a de 2003, quando terminou em terceiro lugar, a apenas um ponto de diferença do vice Cacá Bueno, e conquistou suas duas vitórias e uma pole (todas em Curitiba).
Guto já há algum tempo considerava a idéia de se retirar das corridas. A decisão, contudo, só foi tomada na penúltima etapa, em Tarumã.
– Andei me decepcionando um pouco com algumas situações e também levei em conta o momento de crise mundial, que está tendo reflexos na vida de todos e torna a obtenção de patrocínios ainda mais difícil – justificou.
Guto, no entanto, acredita que os bons momentos superaram amplamente os maus nestes anos todos.
– Terminar várias vezes entre os 10 melhores de uma série tão competitiva quanto a Stock Car compensa as dificuldades. E também acho que deixo uma imagem positiva, tanto no aspecto técnico quanto no pessoal. Thiago Camilo, com quem corri em 2008, me falou que fui o melhor companheiro de equipe que já teve. Também tive um ótimo relacionamento com todos os anteriores, como Ricardo Sperafico, Giuliano Losacco, Antonio Jorge Neto e aqueles que os antecederam – lembrou.
Guto Negrão (E) pode atuar ao lado de Ingo Hofmann nos bastidores da Stock Car
Foto:
Miguel Costa Jr., MF2
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