| 12/11/2008 23h52min
Quando um time não joga bem e, ainda assim, vence por 2 a 0 fora de casa em uma semifinal de campeonato, bem, aí pode estar um indício de que tudo se encaminha para um final feliz lá adiante. Assim, os belos gols de Nilmar e Alex no Estádio Jalisco, em Guadalajara, deixaram o Inter com um pé na final da Sul-Americana. Agora, até derrota por 1 a 0 serve no Beira-Rio, quarta-feira, para o time se tornar o primeiro brasileiro numa final da Sul-Americana.
Assista aos gols da partida
Não houve pressão no Jalisco eternizado por Pelé no Tri em 1970. Nem da torcida, nem do Chivas. O público esperado era de 40 mil, conforme alardeava a imprensa mexicana, mas ficou em 25 mil. O horário atípico (18h, horário local)
atrapalhou.
O Chivas é um time rápido na frente, mas que ontem abusou de
perder gols. É, também, pouco afeito às questões defensivas. Os alas Esparza e Morales sobem ao ataque ao mesmo tempo. O líbero Reynoso é lento. O meio-campo não é de marcar em cima. Assim, o Chivas ofereceu espaço. Mas sem D’Alessandro, como o técnico Tite temia, o Inter perdeu ritmo, cadência, a escolha da hora certa para o lançamento aos atacantes. E não soube explorar tanto espaço para jogar.
O primeiro tempo do Inter foi ruim. Especialmente a zaga. Perdida, com Lauro saindo do gol de forma atabalhoada e Marcão abusando dos chutões, só não levou gols porque o astro Arellano perdeu duas chances de aviso-prévio. Aos 28, ele chutou de dentro da área e errou o alvo, após cruzamento de Morales. Aos 45, apareceu sozinho na frente de Lauro e cabeceou para fora. Mesmo mal, o Inter poderia ter aberto o placar em dois contra-ataques. Andrezinho, a 12 minutos, completou com arremate mascado o passe de Nilmar. A 34, Nilmar apanhou rebote e obrigou Hernandez a salvar o Chivas a seus pés.
O retorno do
vestiário trouxe um Inter mais desperto. Foi suficiente para matar o jogo. Logo a seis minutos, Nilmar driblou o goleiro, mas se enredou com a bola e desperdiçou um gol inacreditável. O Chivas, sem eficiência ofensiva, seguia oferecendo o campo ao adversário. Quando Arellano perdeu o seu terceiro gol feito, a 21 minutos, a TV mexicana, braba, desatou a reproduzir as chances perdidas pelo seu atacante predileto. O castigo veio a cavalo. Magrão cobrou falta rapidamente, recebeu de volta e lançou Nilmar. Aí, surgiu o talento do craque. Aos 24 minutos, ele cortou Reynoso e bateu seco, rasteiro, no canto. Não demorou tanto assim para outro toque de talento selar a vitória. Alex, em cobrança de falta perfeita, deixou o goleiro estático, assistindo à bola entrar no seu ângulo esquerdo: 2 a 0. Eram 33 minutos do segundo tempo, e o time colocava um pé na final.
E assim o Inter, mesmo sem jogar bem, fez história. Depois de ganhar na Bombonera, venceu também no El Jalisco. E ficou quase na final da
Sul-Americana.
Sul-Americana, semifinal 12/11/2008 (ida)
Gols: Nilmar (I), aos 24min, e Alex (I), aos 33min do segundo tempo
Cartões amarelos: Araujo, Esparza, Reynoso, Mejía (C); Índio, Guiñazu (I)
Arbitragem: Carlos Torres (Fifa-PAR), auxiliado por Emigdio Ruiz (Fifa-PAR) e Nicolás Yegros (Fifa-PAR)
Local: Estádio Jalisco, em Guadalajara, no México
CHIVAS (0)
Hernández; Mejía, Reynoso (Ávila, 29'/2º), Juan Ocampo e Esparza (Medina, int.); Baez, Araujo, Solís (De La Mora, 12'/2º) e Morales; Arellano e Santana
Técnico: Efraín Flores
INTER (2)
Lauro; Bolívar, Índio, Álvaro e Marcão; Edinho, Magrão , Guiñazu e Andrezinho (Rosinei, 39'/2º); Alex (Sandro, 46'/2º) e Nilmar
(Taison, 38'/2º)
Técnico: Tite
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