| 14/08/2008 19h32min
O técnico da Tigre/Unisul e medalhista de ouro em Barcelona e Atenas como jogador, Giovane Gávio, deu os méritos da vitória russa no clássico do vôlei mundial diante do Brasil à seleção de Bernardinho. Isso porque, de acordo com Giovane, a equipe verde e amarela não jogou seu máximo.
— Se formos avaliar pelos placares, só o quarto set teve um placar dilatado e, de uma certa forma, o Brasil lutou e teve chance de vencer. Obviamente que, o que antes acontecia com certa regularidade, que era o fato de, nestes momentos importantes, o Brasil sempre conseguir vencer, desta vez não aconteceu. Foi um jogo em que o Brasil não jogou seu máximo. Acredito que o Brasil perdeu, e não a Rússia que ganhou — disse.
No duelo, o Brasil venceu o primeiro set e brigou pela vitória no segundo e terceiro. No último e decisivo, porém, deixou a desejar, encerrando a partida no placar 22 a 25, 26 a 24, 31 a 29 e o dilatado 25 a 19. As jogadas na ponta não foram eficientes e Marcelinho precisou recorrer à saída-de-rede constantemente, com André Nascimento. Os russos perceberam e mudaram a marcação na rede, anulando André no quarto set.
— Foi uma busca por um melhor momento. Se não estava dando certo de um lado, tinha que tentar do outro. O André Nascimento jogou praticamente o tempo inteiro e é complicado fugir da marcação forte do bloqueio russo. Mas isto é normal.
Sai Dante, entra Giba
Para Giovane, Dante não estava em seu melhor dia e o ponteiro Giba, que se recupera de uma lesão no ombro, estava no banco sendo poupado por Bernardinho. O melhor jogador do mundo só entrou em quadra no final do set, quando a Rússia já dominava o placar. O outro ponteiro, Murilo, teve participação fundamental nas defesas e foi mantido por Bernardinho.
— Não contamos com o Giba, apesar da boa atuação do Murilo. O Dante vinha de uma boa seqüência de jogos, ele é um atacante eficiente, mas especificamente contra a Rússia ele não foi tão brilhante assim. Acho que assim que os jogadores do Brasil voltarem à média que eles jogam nós volta a apresentar um bom rendimento.
A entrada de Giba apenas no final do jogo não pode ser avaliada como tardia, garantiu Giovane, já que quem não integra a comissão técnica e o grupo de jogadores não sabe exatamente a real situação física do ponteiro. Além disso, o técnico enalteceu as qualidades de Dante e a importância da sua presença em quadra.
— É muito difícil analisar o momento da entrada do Giba sem saber realmente a condição física dele. O Dante é uma peça-chave para o Brasil, principalmente no passe, nem o Giba consegue passar o que o Dante passa. Tem que ter muita cautela antes de tirar o Dante da quadra. Pela televisão a gente não sabe exatamente o que está se passando lá.
Brasil x Polônia: sem tempo para abalos
Agora, segundo o técnico, o Brasil tem que levantar a cabeça e trabalhar pelos melhores resultados possíveis para conseguir um cruzamento menos complicado nas quartas-de-final, já que na outra chave Estados Unidos, Bulgária e Itália são seleções fortes e também favoritas ao ouro.
— Neste momento não tem muito que se apegar em uma derrota que passou. Pois cada vitória a partir de agora vai colocando o Brasil em uma posição melhor na chave para conseguir um cruzamento menos complicado. No outro lado não tem muito o que escolher, com Estados Unidos, Bulgária e Itália.
Os próximos confrontos do Brasil são diante da Polônia, na madrugada de sábado, e contra a Alemanha, no domingo. A Polônia lidera a chave B com a Rússia e é um adversário que, apesar de respeitar o heptacampeão da Liga Mundial, requer muito cuidado e eficiência por parte dos brasileiros.
— No time da Polônia tem que tomar cuidado com todo mundo. São jogadores que respeitam muito o Brasil e eu espero que eles continuem respeitando — completou Giovane.
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