| 06/08/2008 14h22min
Apesar da inexperiência, a judoca gaúcha Mayra Aguiar chega à sua primeira Olimpíada confiante em trazer para casa uma medalha. Aos 17 anos, ela é a mais nova integrante da seleção brasileira de judô.
A representante brasileira na categoria até 70 quilos, porém, é um dos destaques da nova geração e já soma resultados importantes no currículo, como a prata nos Pan do Rio de Janeiro, em 2007.
Na preparação para os Jogos Olímpicos de Pequim, Mayra chegou a passar uma temporada na Europa, na qual pôde ter “contato com possíveis adversárias” e ganhar experiência.
— Como não tenho grande experiência, tenho que conhecê-las, e também a competição, o clima, para me acostumar com a tensão, o treinamento muito forte — comentou.
Na Polônia, a atleta conquistou a Copa do Mundo de Varsóvia. Na decisão, a jovem gaúcha venceu por yuko a chinesa Dou Shumei, bronze na Super Copa do Mundo de Hamburgo.
Antes de embarcar para a China, a judoca disse que sacrificou muitas coisas para poder se concentrar exclusivamente nos Jogos. Por isso, espera manter a rotina de disciplina nos seus dias na Vila Olímpica.
— Abri mão de muita coisa no Brasil para me focar nos Jogos Olímpicos. Simplesmente vou fazer o mesmo que todos os dias, com horários para treinar, comer, dormir, tudo isso pela medalha — afirmou.
Mayra conta com a troca de experiência com seus companheiros mais velhos, como seu conterrâneo João Derly, de quem já foi sparring nos treinamentos na Sogipa, em Porto Alegre.
Este convívio com os atletas consagrados é algo fundamental para o coordenador da seleção brasileira de judô, Ney Wilson. Para ele, os judocas mais experientes terão méritos nas eventuais conquistas do judô brasileiro em Pequim.
— Vários atletas, até mesmo os que não vão a Pequim, como Carlos Honorato, Daniele Zangrando, construíram a estrada para que os outros pudessem ir. Se algum dos novos vier a conquistar medalha, aqueles mais experientes têm mérito nesta conquista — destacou.
Esta troca de experiência acontece também na equipe masculina. Antes de embarcar para Pequim, os judocas assistiram a palestras com medalhistas em edições anteriores dos Jogos, como Aurélio Miguel e Rogério Sampaio.
Quem conseguir superar a pressão e chegar às medalhas receberá uma boa premiação da Confederação Brasileira de Judô (CBJ): R$ 50 mil para o ouro, R$ 30 mil para a prata e R$ 20 mil para o bronze.
— Essa premiação que estamos oferecendo é um recorde em termos de judô. Os atletas merecem, pois o evento é o ápice de uma carreira — afirmou o presidente da CBJ, Paulo Wanderley.
As competições de judô dos Jogos de Pequim acontecerão de 9 a 15 de agosto no Ginásio da Universidade de Ciência e Tecnologia da capital chinesa. Mayra entra no tatame no dia 13.
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