| 04/08/2008 03h48min
Os manifestantes e a polícia entraram em confronto na zona do distrito de Qianmen, ao sul da Praça da Paz Celestial, quando os primeiros protestavam contra a reconstrução da zona onde viviam, que se transformou em uma área comercial e de negócios.
— Eles protestam porque não querem aceitar a compensação monetária que lhes ofereceram por suas casas, e desejam seguir vivendo nelas — assinalou um morador que informou não ter ocorrido detenções.
Aos moradores desalojados do distrito de Qianmen foram oferecidos 8,02 mil iuanes por metro quadrado (US$ 1,17 mil), um preço muito abaixo do valor de mercado da zona, localizada no centro de Pequim.
Os manifestantes vivem próximo a um dos restaurantes mais famosos de Pequim, o Li Qun, um local histórico freqüentado por diplomatas e altos funcionários estrangeiros em suas visitas à China.
Segundo a ONG Centro sobre os Direitos de Habitação e Desalojamentos (COHRE, na sigla em inglês), as
obras realizadas pelos Jogos de Pequim forçaram
o despejo de 1,5 milhão de pessoas na capital chinesa, número que é refutado pelas autoridades.
A maioria destes desalojados se tornam o que a China conhece como "peticionários", pessoas que, após esgotarem todas as vias legais para solucionar seus casos, acodem ao Governo central buscando justiça, e tentam realizar protestos em regiões centrais de Pequim.
As manifestações nos arredores da Praça da Paz Celestial representam um grande problema para as autoridades chinesas, especialmente perante a iminência da abertura dos Jogos Olímpicos.
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