| 24/07/2008 15h59min
O comitê olímpico iraquiano lamentou nesta quinta-feira a exclusão do país dos Jogos de Pequim, decisão tomada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) devido à contínua interferência do governo nos assuntos do conselho executivo.
— É um assunto que deveria ter sido resolvido amistosamente entre as instituições estatais e esportivas — comentou o porta-voz do comitê olímpico iraquiano, Taha al-Janabi, à rede de televisão catariana Al Jazira.
Ainda segundo o porta-voz do comitê, a decisão do COI não beneficiará ninguém.
— Os laços entre a organização esportiva internacional e a iraquiana deviam ser excelentes e baseadas no respeito mútuo, mas é uma pena que não seja assim — comentou.
A reação do comitê ocorre horas depois do anúncio feito pelo comitê internacional. O Iraque enviaria uma delegação de sete esportistas, que competiriam nas modalidades de atletismo, judô, tiro com arco, remo e halterofilismo.
Em 4
de junho, o COI anunciou a suspensão "provisória" do Iraque
pelo mesmo motivo pelo qual decretou a punição definitiva. Segundo o COI, a dissolução do comitê olímpico iraquiano e de suas federações e a nomeação de um órgão interino presidido pelo ministro de Esportes é "uma clara ruptura" da autonomia do organismo olímpico nacional.
O comitê olímpico do Iraque funcionava sem ter presidente, depois de Ahmed al-Hiyie al-Samarrai ter sido seqüestrado em 15 de julho de 2006, sem que se saiba qualquer coisa sobre seu paradeiro desde então. Sua eleição tinha normalizado os esportes olímpicos no Iraque, após outra suspensão decretada pelo COI em maio de 2003, ao ser comprovado que Odei Hussein, filho de Saddam e presidente da entidade, transformara algumas instalações da mesma em câmara de tortura para atletas dissidentes.
O COI readmitiu os iraquianos em fevereiro de 2004, meses antes dos Jogos de Atenas. A seleção de futebol chegou a disputar a medalha de bronze no torneio masculino, mas perdeu para a Itália por 1 a 0.
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