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 | 11/06/2008 08h11min

Nelsinho Baptista surge como opção para o Inter

Indecisão sobre escolha do novo treinador expõe racha na direção colorada

Os 10 dias do Inter sem técnico expuseram grave divergência na relação do vice de futebol Giovanni Luigi com o presidente Vitorio Piffero. Tite é o pivô da crise que estava latente havia algum tempo. No domingo, após a derrota para a Portuguesa, Luigi retornou de São Paulo com o aval da presidência para contratar o técnico. Na zona de rebaixamento, Piffero teria aceitado o ex-treinador do Grêmio. O vice, então, acertou com Tite. Na terça, de Buenos Aires, onde foi acompanhar o sorteio da Copa Sul-Americana, Piffero voltou a vetar o treinador. À tarde, o descontentamento de Luigi ficou visível. À noite, na Rádio Gaúcha, o ex-presidente Fernando Carvalho deu pistas de que o técnico Nelsinho Baptista, do Sport, possa ser um dos pretendidos pelo clube.

– No ano passado, perdemos Geninho por cinco dias. Podemos esperar por mais dois dias – referindo-se ao técnico que decide hoje à noite a Copa do Brasil contra o Corinthians.

No mesmo caminho, Luigi elogiou o técnico do Sport. Em 1996, Nelsinho trocou o Inter pelo Corinthians provocando um mal-estar:

– Não estou dizendo que será ele, mas isso não seria empecilho.

Piffero: "Da discussão nasce a luz"

De Buenos Aires, o presidente falou por telefone com ZH. Veja a entrevista:

Zero Hora – Giovanni Luigi afirmou que a demora na contratação do técnico prejudica o time.
Vitorio Piffero – Se já tivéssemos treinador desde janeiro seria melhor. Tanto a minha resposta quanto a do Giovanni estão corretas. Agora, uma troca tem que ser feita com critérios.

ZH – Luigi disse que o ideal seria resolver tudo em 48 horas...
Piffero – Não. Até vou corrigir o Giovanni: o melhor seria que as coisas se resolvessem em uma hora. Estamos falando a mesma linguagem.

ZH – Qual é o empecilho?
Piffero – É fazer a contratação.

ZH – Há divergências quanto ao nome?
Piffero – Isso não é problema. É salutar. Da discussão nasce a luz.

ZH – Vocês discutiram e não chegaram a um consenso?
Piffero – Evidentemente estamos discutindo nomes, mas além de nomes existem outras questões. Por exemplo, existe um consenso de que seria ótimo se pudéssemos trazer o Felipão. Não dá, né? Então, está sendo construído.

ZH – E as opções de mercado?
Piffero – O que é mercado?

ZH – Aqueles que estão empregados e desempregados.
Piffero – E aí existe oportunidade e não-oportunidade. Não depende da nossa posição, do Internacional. Depende dos profissionais envolvidos.

ZH – Na noite de segunda-feira Luigi disse que tinha esperança de que, no máximo hoje, a situação se resolveria. E o senhor disse ser pouco provável apresentar alguém antes do fim de semana. O que houve nesse meio tempo?
Piffero – Não houve nada. São palavras do Giovanni e palavras do presidente. A imprensa em geral adora botar prazos. Se alguém botou prazo foi o Giovanni, tem que cobrar dele. Eu não botei prazo. E a nossa decisão obviamente será conjunta. Essa questão do prazo é como eu disse: seria ótimo se tivéssemos um técnico desde janeiro.

ZH – Por isso estou lhe perguntando, quem botou prazo foi ele...

Piffero – ... Essa interrogação tinha que ser para ele.

ZH – Ele disse que faltava consenso entre futebol e presidência.
Piffero – Então está resolvido.

ZH – Falta esse consenso?
Piffero – Tchê, existe uma série de nomes e uma série de características. Achas que terá consenso inclusive com o eleito? O que há é uma discussão de nomes e sobre as possibilidades.

Luigi: "Tinha que resolver em 48 horas"

Giovanni Luigi deu coletiva à tarde. E, à noite, falou para ZH. Veja o que ele disse:

ZH – O técnico do Inter já está escolhido?
Luigi – Por mim, está.

ZH – Há consenso entre o futebol e a presidência?
Luigi – Isso é assunto interno.

ZH – O senhor tinha esperança em definir hoje (terça) o técnico...
Luigi – Tinha um pouco de esperança, ainda tenho, mas acho difícil resolver até amanhã (hoje).

ZH – O que atrapalha?
Luigi – Dificuldades de negociação, o mercado está restrito.

ZH – A demora não prejudica o time?
Luigi – Está prejudicando, sim. É ruim um grupo ficar com assunto provisório. Isso tinha que ter sido resolvido em 48 horas.

ZH – O senhor quer Tite, e o Piffero, não?
Luigi – Não é assim. É um assunto interno, que poderemos resolver nos próximos dias.

ZH – Há falta de consenso na direção sobre o técnico?
Luigi – Existem dificuldades diversas para que possamos anunciar o novo treinador. E essa é uma delas.

ZH – Mas o senhor tem em mente quem é o técnico ideal?
Luigi – Temos alguns nomes e quem sabe possamos definir nos próximos dias.

ZH – O que falta então?
Luigi – São questões que a gente não pode externar no momento.

ZH – Como funciona o processo de contratação? O senhor tem autonomia?
Luigi – O regime é presidencialista, e a palavra final é do presidente. Como sempre foi.

ZH – O senhor tem um nome, e ele não agrada o Piffero? A relação está desgastada?
Luigi – Não. Na verdade o próprio presidente falou após o jogo (contra a Portuguesa). Seja quem for, o técnico não é questão de vetar o nome. Há uma questão maior.

ZH – Houve conversa sobre Tite?
Luigi – Sim, mas é de economia interna.

ZH – É desprestígio seu?
Luigi – Acredito que não.

ZH – O senhor se sente constrangido?
Luigi – Gostaria de resolver imediatamente este assunto.

ZH – O senhor trabalha com só um nome para técnico?
Luigi – Não. Não quero me expandir no assunto porque há questões maiores, questões internas, que estou sabendo respeitar.

Às 21h, Luigi falou de novo:

ZH – O senhor pode sair?
Luigi – Não vou sair. Estou dedicando um tempo da minha vida por amor ao clube. Eu não saio. Mas o cargo é da presidência. Quem decide é o presidente.

ZH – Piffero sabia das saídas de Abel e de Iarley. E o senhor?
Luigi – Não creio que o Vitorio soubesse. Ele me avisa na mesma hora sobre as coisas afeitas ao futebol. Se soubesse, teria me dito.

ZH – Há sintonia entre a presidência e o futebol?
Luigi – Sim. Temos sintonia, sim. Não há crise entre nós.

ZH – O senhor quer Tite?
Luigi – Tite é um ótimo treinador. Mas ele não é o único.

ZERO HORA
 

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