| 02/05/2008 09h10min
O Figueirense tem convivido, nas últimas temporadas, com técnicos que não dão muita bola para a rigidez das cartilhas do futebol. Adilson Batista, Mário Sérgio, Alexandre Gallo, todos pensam os jogadores como peças maleáveis dentro da engrenagem da estratégia.
Os jogadores entendem a rotina de mudanças e acreditam que, no futebol moderno, ninguém tem posição definida e as características do adversário é que vão definir quem vai jogar e onde.
O treino secreto da tarde desta quinta, dia 1º, no campo 3 do Centro de Formação e Treinamento do Cambirela, em Palhoça, jogou na mesa as peças do quebra-cabeça das especulações para a grande final do Campeonato Catarinense. No primeiro duelo, Gallo escalou um time quase inimaginável. Nenhum dos torcedores que participaram de uma enquete que o colunista do Diário Catarinense, Marcos Castiel, propôs em seu blog, adivinhou a equipe titular. Foram 31 formações diferentes, nenhuma igual à que entrou em campo, com César Prates na zaga, Diogo na ala direita, Marquinho na esquerda. Mas a imensa maioria aprovou a formação.
Para jogadores, situação é natural
Os torcedores já viram esse filme. Está em cartaz desde a época em que Adilson Batista formava equipes sem zagueiros, com volantes formando a defesa. Foi reprisado nas mãos de Mário Sérgio, que também aprontava das suas na temporada passada e levou o time, de surpresa em surpresa, à final da Copa do Brasil. Agora, Gallo imprime seu estilo com pensamento semelhante: o time é o que as circunstâncias demandam.
Para os jogadores, é uma situação
natural.
— As mudanças não atrapalham em nada. Os jogadores que entram fazem bem a função e vêm desempenhando um bom papel. Qualquer jogador do Figueirense tem condições de ser titular, o que vai definir quem joga são os detalhes. Os detalhes são importantes, temos sempre que tentar dificultar ao máximo o trabalho da equipe adversária — comenta o zagueiro Asprilla.
— Geralmente, o Gallo muda o time um pouquinho de um jogo para o outro, mas a função é basicamente a mesma. Para mim, por exemplo, ele pode falar: o jogador que você vai marcar entra mais pelo meio, ou procura mais o fundo, são essas coisas que ele orienta — revela Marquinho, uma das surpresas do treinador no primeiro duelo da final.
Improvisado na ala esquerda desde o início da temporada, o jogador ainda está se habituando à nova posição.
— Bem, 100% ambientado à posição, ainda não estou, mas estou chegando lá — projeta.
Será que ele joga novamente na ala no domingo? César Prates continua na zaga? Alguém mais vai mudar de posição? Quem entende de criptografia pode começar a desenhar as opções e prepare-se para esperar até 45 minutos antes do jogo contra o Criciúma para comparar o time imaginado com o escalado. Com surpresas, provavelmente!
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