| 10/04/2008 16h13min
O governo tibetano exilado na Índia aconselhou os manifestantes pró-Tibete a não “interromperem” o percurso da tocha e afirmou que os Jogos Olímpicos de Pequim não devem ser considerados como “uma oportunidade” para protestar.
Em entrevista coletiva concedida em Nova Déli, o líder da Administração Central Tibetana, Samdhong Rinpoche, disse que as manifestações se devem a um “descontentamento prolongado” e que o fato de estarem acontecendo agora é uma coincidência.
– Não tentamos alterar os Jogos Olímpicos ou o percurso da tocha. A maioria dos tibetanos apóia a postura do governo – disse Rinpoche.
Em reiteradas ocasiões, o líder espiritual dos tibetanos, Dalai Lama, assegurou que apóia a realização dos Jogos Olímpicos em Pequim porque o povo chinês “merece” receber o evento.
– Os Jogos não devem ser considerados como uma oportunidade (para protestar) – assegurou Rinpoche ao acrescentar que a China tem “todo o direito” de ser a sede olímpica.
Nos últimos dias, o percurso da tocha olímpica foi interrompido, em Londres e Paris, por manifestantes que protestavam pela política das autoridades chinesas no Tibete.
As autoridades indianas, que esperam a chegada da tocha dentro de sete dias, anunciaram que mobilizarão um grande aparato de segurança para garantir que o percurso da tocha olímpica ocorra sem incidentes.
Desde o dia 10 de março, monges budistas apoiados pela população civil realizaram protestos para lembrar o aniversário da fracassada rebelião de 1959 no Tibete e em outros lugares como a Índia e o Nepal.
Calcula-se que a Índia acolhe cerca de 130 mil refugiados tibetanos que abandonaram seus lares depois da revolta de 1959, que forçou o exílio do Dalai Lama. O governo tibetano no exílio e seu líder espiritual estão cediados na cidade de Dharamsala.
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