| 29/03/2008 06h16min
Abril costuma trazer sorte para Marcelo Grohe. Nesse mês, em 2005, o goleiro que enfrenta o Juventude, às 16h, no Centenário, foi relacionado pela primeira vez para um jogo dos profissionais. Em abril de 2006, ele foi um dos melhores em campo no Gre-Nal decisivo do Gauchão.
— A decisão do Gauchão começa em abril, não é ? — sorri o goleiro, acreditando que a sorte continuará sendo sua parceira.
Titular desde que Victor sofreu lesão renal, em fevereiro, Marcelo, 21 anos e 1m88cm, hoje é reconhecido pelos gremistas como um jogador confiável. Também deixou de ser perseguido pelas lesões. Só em 2006, foram quatro.
Com suas defesas, ele ajuda a pôr fim à chamada maldição de Danrlei, goleiro que virou lenda ao permanecer por 10 anos como titular.
— Querendo ou não, ele marcou história aqui dentro. Conquistar o que ele conquistou não é para qualquer um. Mas, cada um tem a sua fase. Agora, é outra geração. Estamos tentando
ocupar o espaço que ele ocupou — afirma.
Sua
trajetória no clube iniciou-se em 2001. Com 13 anos, Marcelo chamou a atenção do diretor-técnico das categorias de base, José Alzir, em um torneio de praia, em Capão da Canoa.
Naquela época, ainda morava em Campo Bom. Pré-mirim, estudava pela manhã e treinava todas as tardes no Olímpico. Aos 16 anos, quando subiu para os juniores, passou a trabalhar em dois turnos, o que o forçou a trocar a casa da família por um apartamento em Porto Alegre. A mudança de categoria, em 2004, não poderia ocorrer em momento pior. Praticamente rebaixado, o Grêmio não oferecia perspectiva aos jovens.
— A gente pensava: "Se o Grêmio cair, como ficará a situação dos garotos que estão por subir?" — recorda Marcelo.
Não houve alternativa. Ele subiu em 2005, com o técnico Hugo de León. Em abril, com Mano Menezes no cargo, Galatto virou titular, e Marcelo assumiu como reserva na Série B. Não disputou uma partida sequer. Mas figura no pôster dos jogadores que participaram da
Batalha dos Aflitos, contra o
Náutico, em Recife. Na foto, aparece ao lado de Sandro Goiano e do chileno Escalona. Como reserva, claro, já que Galatto foi o titular e entrou para a história ao defender o pênalti de Ademar.
O ano seguinte trouxe Cássio, um novo concorrente. Mas foi Marcelo o escolhido por Mano quando Galatto sofreu lesão na cabeça a uma semana do início da decisão do Gauchão. O mês? Abril, claro.
— É a melhor lembrança da minha carreira. Não tem explicação o que aconteceu naquele dia — diz o goleiro, lembrando o 9 de abril de 2006, quando suas defesas, no Beira-Rio lotado, ajudaram o Grêmio a se sagrar campeão gaúcho.
Houve muitas outras oportunidades naquele ano. Até a luxação na mão esquerda, durante jogo contra o Juventude, em novembro, em Caxias do Sul. Por conta disso, Marcelo perdeu a chance de disputar o Sul-Americano sub-20, no Paraguai. Cássio foi chamado em seu lugar.
Com a chegada do argentino Saja, em 2007, as chances se tornaram
raras. Só neste ano Marcelo voltou a ter
seqüência de jogos. Chegou a ficar 472 minutos sem sofrer gol.
Fã de Pepe Reina, do Liverpool, o goleiro pediu ao amigo Lucas que o presenteie com uma camiseta do goleiro espanhol. A lembrança deve chegar na metade do ano, quando o volante virá passar férias no Brasil.
Mas, antes disso, vem abril.
Grohe, que enfrenta o Juventude, às 16h deste sábado, já conta com a confiança do torcedor
Foto:
Ricardo Duarte
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