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 | 09/03/2008 11h58min

Espanhóis vão às urnas em eleições marcadas por atentado

Mais de 35 milhões de cidadãos participarão das eleições gerais da Espanha

Na última sexta-feira, quando candidatos se preparavam para fazer seus discursos de encerramento de campanha, um atirador da ETA matou Isaias Carrasco, ex-vereador do Partido Socialista (PSOE) na cidade basca de Arrasate-Mondragón.

Os partidos políticos cancelaram seus atos eleitorais e foram unânimes em condenar de forma enérgica, com autoridades do Governo e organizações sociais, o atentado, e em convocar a população para que comparecesse às urnas em massa. O objetivo é evitar que o terrorismo altere o pulso da democracia.

No entanto, os espanhóis votam neste domingo ainda assustados com uma ação de grupo terrorista, assim como nas eleições anteriores, em 14 de março de 2004. Na ocasião, o país vivia um período de grande comoção, porque três dias antes atentados islamitas haviam deixado 191 mortos e 1.800 feridos.

O pleito de hoje, que começou às 9h locais (5h de Brasília), transcorre com "normalidade", segundo o Governo, nos 23.106 colégios eleitorais inscritos para receber o voto dos cidadãos.

Em Arrasate-Mondragón, a viúva do ex-vereador morto, Mari Ángeles Romero Ortíz, depositou sua cédula na primeira hora de votação, atendendo assim à convocação que havia sido feita na véspera por sua filha, Sandra, que pediu a toda a sociedade espanhola que comparecesse "em massa" às urnas para responder ao assassinato.

Mariano Rajoy, candidato do principal partido da oposição, o Partido Popular (PP), pediu que os espanhóis votem "pensando em si mesmos e no futuro de seu país, que é a Espanha".

O presidente do Governo espanhol e candidato à reeleição pelo Partido Socialista (PSOE), José Luis Rodríguez Zapatero, expressou sua confiança de que haja uma ampla participação nas eleições, porque a democracia "é mais forte se todos os cidadãos forem votar".

As primeiras horas da votação se desenvolvem com "normalidade", informou o Governo, mas houve alguns incidentes menores em Navarra e no País Basco.

Nestes locais, independentistas radicais repreenderam líderes políticos e houve atos de vandalismo, como destruição de urnas, incêndios de contêineres de lixo, entre outros.

Nas províncias bascas de Álava e Vizcaya, a Ertzaintza (Polícia do País Basco) deteve nas últimas horas dez pessoas perto de vários colégios eleitorais, suspeitas de crime eleitoral com a distribuição ou exibição de propaganda política.

Em Valência, um homem de 77 anos teve parada cardíaca em um colégio eleitoral e, em Madri, uma mulher de 89 anos morreu por causa de uma parada cardio-respiratória, quando esperava para votar.

No total, 35.072.209 espanhóis podem exercer esse direito, dos quais 33.867.077 vivem na Espanha e 1.205.132 estão incluídos no censo de espanhóis residentes no exterior.

Além disso, 1.711.776 jovens poderão votar pela primeira vez em eleições gerais.

Na região da Andaluzia, 6.234.104 dos mais de 35 milhões de eleitores espanhóis também vão às urnas hoje para escolher o novo Governo desta região do sul da Espanha.

Por volta das 22h30 (18h30 de Brasília), a primeira vice-presidente do Governo, María Teresa Fernández de la Vega, e o ministro do Interior da Espanha, Alfredo Pérez Rubalcaba, devem comunicar os primeiros dados significativos da apuração.

A participação e a apuração podem ser acompanhadas pelo site www.generales2008.mir.es, que a partir das 21h (17h de Brasília), após o fechamento dos colégios eleitorais nas Ilhas Canárias - onde todo o processo ocorre uma hora mais tarde -, incluirá os dados disponíveis.

EFE
Arte sobre Sergio Barrenechea e Chema Moya, EFE / 

Candidatos José Luis Rodríguez Zapatero e Mariano Rajoy
Foto:  Arte sobre Sergio Barrenechea e Chema Moya, EFE


 

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