O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, reconheceu nesta sexta-feira que não avisou seu colega equatoriano, Rafael Correa, sobre a operação militar contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território do Equador. Mas disse que se tivesse avisado, a ação "teria fracassado". Uribe, em seu discurso na cúpula do Grupo do Rio realizado em Santo Domingo, na Republica Dominicana, acrescentou que a operação em questão era "contra um dos mais terríveis terroristas da história da humanidade".

Equador e Venezuela enfrentam a Colômbia numa crise diplomática causada pelo ataque de tropas colombianas às Farc em território equatoriano, no último fim de semana, no qual morreram mais de 20 membros da guerrilha, entre eles, o número dois da guerrilha, conhecido como Raúl Reyes, e que estaria negociando a libertação de Ingrid Betancourt com os presidentes de Venezuela, Hugo Chávez, e França, Nicolas Sarkozy.

Chávez defendeu na noite de quinta-feira que se evite uma guerra na América Latina e pediu um processo que permita a transformação das Farc em partido político "sem que seus membros sejam mortos". Ele voltou a criticar o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, por sua política "belicista" e expressou seu desejo de que o próximo governo de Washington trabalhe em favor dos processos de pacificação. Para Chávez, o ex-presidente americano Bill Clinton teve papel fundamental no processo de pacificação da Guatemala nos na década de 1990.

O venezuelano disse ainda que a Colômbia é quem está procurando guerra. Já Correa disse que é possível chegar a um acordo com a Colômbia depois de Uribe retirar as acusações de que o Equador apóia as Farc. Chávez não deve se encontrar nesta sexta-feira com o presidente colombiano. Uribe não participou da foto oficial do Grupo do Rio, que reúne os chefes de Estados participantes.