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 | 11/11/2007 15h06min

Fidel Castro defende crítica de Chávez à Europa

Líder cubano repercute Cúpula, mas não comenta bate-boca com Zapatero

O presidente de Cuba, Fidel Castro, defendeu neste domingo a "crítica arrasadora" do colega venezuelano, Hugo Chávez, à Europa, mas sem mencionar diretamente a discussão entre ele e o rei Juan Carlos da Espanha.

— A crítica de Chávez à Europa foi arrasadora. A Europa que justamente tentou dar lições de retórica nessa Cúpula Ibero-Americana — disse, em novo artigo da série Reflexões, publicado na imprensa cubana.

No sábado, o governante venezuelano voltou a criticar, durante a sessão final da 17ª Cúpula, em Santiago do Chile, o ex-premier espanhol José María Aznar, chamando-o de "fascista", o que fez com que o presidente José Luis Rodríguez Zapatero e o monarca espanhol o recriminassem pessoalmente. Fidel afirmou ainda que nas palavras dos presidentes da Nicarágua, Daniel Ortega, e da Bolívia, Evo Morales, "se escutaram as vozes de Sandino e das culturas milenares deste hemisfério".

— Dedicar a próxima Cúpula à juventude latino-americana é uma mistura indigerível de cinismo e mentira para semear reflexos condicionados na mente dos povos — afirmou o dirigente cubano.

Castro disse que o guerrilheiro Ernesto Che Guevara, que morreu há 40 anos, "sentiria orgulho" com os pronunciamentos dos líderes, "revolucionários e valentes, com independência da pequena ou grande experiência política de qualquer um deles".

— Com profunda dor, ouviria os discursos pronunciados na Cúpula Ibero-Americana em Santiago por parte de posições tradicionais de esquerda — acrescentou. — Os da direita assumiram as posições igualmente tradicionais fazendo inteligentes concessões à suposta esquerda — afirmou.

Ele criticou também o discurso do presidente de El Salvador, Elías Antonio Saca, que defendeu os Tratados de Livre-Comércio (TLC) assinados por seu país.

— O discurso pronunciado nessa Cúpula pelo presidente de El Salvador provoca náuseas — disse. — O capitalismo é um sistema regido por leis cegas, destrutivas e tirânicas impostas à espécie humana — completou.

O líder cubano, de 81 anos, não aparece em público desde 26 de julho de 2006. A última vez em que foram divulgadas imagens suas na televisão foi em meados de outubro no programa venezuelano Alô, Presidente!, transmitido por Chávez a partir da cidade de Santa Clara, em Cuba. Na ocasião, Castro conversou ao vivo por telefone com o presidente por mais de uma hora.

EFE
 

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