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 | 17/10/2007 07h26min

Ruy Carlos Ostermann: Água no chope

O esforço para restituir ao Maracanã a sua magnífica tradição de estádio nacional por excelência, sede da torcida brasileira, atribuindo-se aos cariocas uma qualidade universal e civilizadora, não será um esforço ingênuo. O Galvão Bueno transferiu o Bem, Amigos!, dos estúdios do Sportv para as tribunas do Maracanã, e ficaram lindas as imagens do estádio semi-iluminado. Faz parte do esforço de também transformar o jogo desta noite (já sem ingressos por vender, a não ser nas mãos dos infatigáveis cambistas) numa festa familiar. Fora assim na decisão do futebol feminino, Brasil x Alemanha, famílias inteiras, uma festa de cordialidade e vitória. Pode se repetir embora jogo de Seleção, se não houver a pronta e indiscutível superioridade, acaba gerando uma hostilidade nas arquibancadas, por mais família. Mas tudo indica a vantagem preliminar e ostensiva da Seleção sobre o Equador.

Em futebol nada se pode assegurar previamente. A derrota dos equatorianos em Quito para a Venezuela ainda não foi bem avaliada, nem pelo Equador e muito menos pela Venezuela. Pode não ser a melhor referência. A Seleção do Dunga, retirada da altura, com duas ou três piscinas relaxantes e alguma consciência sobre o que é mesmo que aconteceu, deverá jogar sem amarras e se dedicando a ter um corpo de time em que o ataque, para dar um exemplo, sempre é a conseqüência alegre e festiva de tudo o que soube fazer antes.

Na festa do Maracanã que merece a Seleção sete anos depois de percorrer outros estádios para evitar a síndrome Romário cabe também a seriedade do futebol de competição. E com um time equilibrado e forte, o único que não põe água no chope.

Torcidas

Não há novidade significativa no último recenseamento de torcida feito pela CNT/Sensus entrevistando 2 mil pessoas, nas duas primeiras semanas deste mês de outubro, em cinco regiões do país e em 136 municípios e, naturalmente, as grandes cidades. Flamengo, 14,4%, e Corinthians, 10,5, são os mais populares e não porque esteja no Rio e em São Paulo, mas porque têm adesões em todas as regiões do país. O crescimento do São Paulo, terceira torcida, 8%, está fortemente relacionado com os êxitos do time, as conquistas mundiais, continentais, nacionais e paulistanas. A formação de torcida requer tempo.

O Grêmio mantém uma posição intermediária, é a sexta torcida nacional, com 3,9%, um ponto percentual acima do Inter, que é o nono classificado à frente do Botafogo (a segunda torcida carioca e brasileira), Atlético-MG, Fluminense e Sport. Ao contrário de clubes domiciliados em Rio e São Paulo, temos uma rigorosa redução de espaço por ordem de nossos ares de autonomia e identidade regional. Não sei como se possa melhorar esses índices: torcedor é um traço permanente de afetividade, nunca transferível, muito menos optativo.

 

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