| 06/12/2002 16h13min
Tudo indica que Flávio Obino (foto) será o presidente do Grêmio no ano do Centenário. Depois de reunião do Conselho Consultivo realizada nesta sexta no Olímpico, o conselheiro admitiu que deve aceitar o convite para ser candidato de consenso nas eleições marcadas para o próximo dia 18. Ao mesmo tempo o atual presidente, José Alberto Guerreiro, afirmou publicamente que não vai concorrer à segunda reeleição. A declaração praticamente confirmou Obino na presidência.
À exceção de Fábio Koff, que tinha outro compromisso, 11 integrantes do Conselho Consultivo se reuniram por volta das 12h de sexta no Olímpico para debater as eleições e a delicada situação financeira do clube. Na pauta estavam as regras para a sucessão, da qual 300 conselheiros estão habilitados a participar – os 60 suplentes não têm direito de voto. Porém o que mais se aguardava era o anúncio da candidatura de Obino, o que ainda não ocorreu oficialmente.
Estiveram no encontro Luiz Carlos Silveira Martins, Pedro Pereira Filho, Irany Santana, Hélio Dourado, Paulo Odone, Rudi Armin Petry, Rafael Bandeira dos Santos, Flávio Obino, Pajehú Macedo Silva, Jayme Eduardo Machado e Oly Fachin, presidente do Consleho Deliberativo, além de José Alberto Guerreiro.
Ainda que seja remota, há a possibilidade de a oposição organizar uma chapa para concorrer com Obino. Integrariam esta facção conselheiros que contestam a gestão do ex-presidente, que comandou o clube entre 1969 e 1971. A partir de domingo, quando será publicado o edital convocando as eleições, haverá cinco dias úteis para a apresentação de chapas.
O novo presidente terá de conviver com uma contradição. Justamente no ano do Centenário e com a vaga na Libertadores garantida, o clube passa por delicada situação nas finanças. E será necessário montar time.
– É uma contradição. Teremos de gastar, ao mesmo tempo cortar custos e também ousar. O Grêmio não pode deixar de ousar no ano de seu Centenário, mas com os pés no chão – declarou Obino, falando como se já fosse presidente.
A dívida atual do Grêmio é de R$ 80 milhões, segundo o próprio Guerreiro. Do total, R$ 40 milhões já estariam refinanciados pelo Refis (Programa de Recuperação Fiscal), com parcelas mensais de R$ 6 mil a serem pagas ao longo de 20 anos. O balanço fiscal deve ser publicado até o final do ano e pode revelar um rombo ainda maior, em torno de R$ 90 milhões. Para Obino, a situação será revertida em breve:
– Todo mundo terá de puxar para o mesmo lado no próximo ano. Tenho certeza de que conseguiremos transformar em azul também as contas do clube – disse, otimista.
Obino já fala como presidente do Grêmio, mas não anunciou oficialmente candidatura de consenso
Foto:
Mauro Vieira, banco de dados
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ZH
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