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 | 09/10/2006 07h58min

Coréia do Sul muda política com a Coréia do Norte

Presidente sul-coreano descartou apenas diálogo para solucionar crise

O presidente sul-coreano, Roh Moo-hyun, disse hoje que o teste atômico da Coréia do Norte convenceu o seu país de que a crise nuclear norte-coreana não pode ser resolvida apenas com o diálogo, e anunciou uma mudança em sua política em relação ao país vizinho.

Em entrevista coletiva realizada após sua reunião em Seul com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, o presidente Roh indicou que, depois do teste nuclear norte-coreano, a postura de seu governo em relação a Pyongyang "pode ter mudado um pouco" e agora devem ser tomadas "as medidas apropriadas" em comum acordo com os Estados Unidos.

Até agora, a política norte-coreana da Administração Roh tinha sido caracterizada pela cooperação e o diálogo sem dificuldades, apesar das provocações lançadas desde Pyongyang. O fruto desse diálogo foi o acordo alcançado em junho de 2005 em Pyongyang para impulsionar a reconciliação entre as duas Coréias, principalmente em função da generosa ajuda econômica sul-coreana.

Seul chegou inclusive a ter sérios problemas com Washington ao rejeitar o tempo todo as sanções contra o regime comunista para tentar que este voltasse à mesa das negociações sobre seu programa de armas nucleares. Mas após o teste nuclear, Roh afirmou que as sanções internacionais partidárias das sanções contra o regime da Coréia do Norte podem alterar o compromisso de Seul com esse diálogo.

O presidente norte-coreano fez convocou a população da Coréia do Sul para que não mudem seus modos de vida apesar da constatação de que o inimigo está armado com bombas nucleares. Roh também prometeu medidas especiais de seu governo para minimizar o impacto do teste nuclear na economia sul-coreana.

Em comunicado lido anteriormente pelo porta-voz presidencial, Yoon Tae-young, o governo sul-coreano já havia indicado que "cooperará estreitamente com a comunidade internacional" para solucionar esta crise. Yoon afirmou também que Seul respalda o tratamento deste assunto "de forma imediata pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas", o que poderia derivar nas sanções que mais tarde sugeriu o próprio chefe de Estado sul-coreano.

Segundo o comunicado oficial de Seul, este teste nuclear "é um ato que rompe e anula de forma unilateral o acordo alcançado em 1991 entre as duas Coréias sobre uma península livre de armas nucleares". Por isso, "todas as responsabilidades geradas recairão plenamente sobre a Coréia do Norte".

O governo sul-coreano considera que o teste nuclear é uma "grave ameaça" para a península e a estabilidade do Nordeste da Ásia e "vai contra a vontade internacional de manter uma península livre de armas atômicas e solucionar o problema nuclear de forma pacífica", acrescentou.

AGÊNCIA EFE
 

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