| 16/08/2006 23h59min
O Inter empatou com o São Paulo em 2 a 2 na noite desta quarta e sagrou-se campeão da Copa Libertadores da América 2006 diante de mais de 55 mil colorados que foram ao Beira-Rio. O capitão Fernandão e o motorzinho Tinga marcaram os gols do Colorado. Fabão e Lenílson descontaram.
Mesmo com a vantagem conquistada depois da boa atuação e da vitória em São Paulo, o discurso antes de a bola rolar era único: manter os pés no chão. Afinal, o adversário viria cheio de determinação para defender o título que conquistou no ano passado. Então, quando a bola rolou...
As duas equipes criaram boas chances desde o início. Foram à frente com qualidade, deixando o grito de gol engasgado na garganta por diversas oportunidades.
Fernandão ensaiou a explosão colorada aos 14 minutos, após receber lançamento de Jorge Wagner na intermediária e escapar da marcação, mas a bola correu demais e Ceni fez a defesa. Mas a festa em vermelho e branco começaria 15 minutos depois. E, de novo, com Fernandão.
Jorge Wagner alçou a bola da direita e Ceni falhou dando rebote. A bola pingou na área e o capitão Fernandão escorou para o fundo das redes. O que era bom – jogar pelo empate – estava ficando muito melhor com uma vitória.
Mas Fabão resolveu jogar um balde de água fria nos ânimos da torcida logo no início da segunda etapa. Aos seis minutos, o zagueiro recebeu no lado direito da área e chutou cruzado, de perna direita: 1 a 1. Na soma dos dois placares, o Inter vencia por 3 a 2 e ainda levantava a taça. Porém, se sofresse mais um gol, teria de agüentar a prorrogação.
Tinga, então, fez a nação colorada ficar muito mais confiante de novo. Ceará cruzou, Fernandão cabeceou, Ceni defendeu, o próprio Fernandão pegou o rebote e passou para o motorzinho, que só escorou e correu para o abraço. De tão empolgado, Tinga levantou a camisa na comemoração com os companheiros. Acabou expulso pelo árbitro Horácio Elizondo, que comandou a final da Copa do Mundo da Alemanha. Isso tudo aos 19 minutos.
Com 10 homens em campo, o Inter precisou de toda a valentia de seus atletas para segurar a pressão do campeão do mundo. E foi tanta pressão, que quase estragou a festa dos donos da casa. Clemer falhou aos 39 minutos, mas Lenílson não. Depois da bola levantada na área, o arqueiro colorado soltou a bola e o são-paulino mandou para o fundo das redes: 2 a 2.
Esperançoso, o tricolor paulista pressionava por todos os lados, cavando escanteios e alçando bolas na área. E o Inter se defendia bravamente, só esperando o apito final. E quando ele finalmente foi ouvido, a festa tomou conta do Beira-Rio. Em 97 anos de história, o Colorado conquistava a América pela primeira vez, e de uma forma tão louvável.
A torcida permaneceu no estádio, comemorando, enquanto Fernandão erguia todos os troféus, cercado por todos os atletas, comissão técnica e dirigentes colorados. Depois, veio a volta olímpica.
E que venha o Barcelona, no Japão!
Mariane Hahn
mariane.hahn@rbsonline.com.br
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