A trajetória de um clube não é formada apenas por títulos e troféus, mas também por lances mágicos, que ficam imortalizados na memória do torcedor. Sorte dos cerca de dois mil azurras que foram domingo, 9 de junho, ao Estádio da Ressacada, em Florianópolis, pois presenciaram um desses momentos únicos: o gol de bicicleta de Adriano Raio (na foto, à direita).

Não foi voleio, sem-pulo ou peixinho. Foi uma legítima bicicleta, em que o jogador acerta em cheio na bola, enviando a redonda direto para a rede. Foi um gol tão bonito que chegou a eclipsar a própria vitória sobre o Marcílio Dias por 2 a 0 – resultado que deu ao Leão a liderança do segundo turno do Octogonal do Catarinense 2002 ao lado da Chapecoense.

Nesta segunda-feira, 10 de junho, o gol era um dos principais assuntos em Florianópolis. Mas Adriano Raio, curiosamente, esteve à parte deste frisson.

– Fiquei em casa, não cheguei a saber se as pessoas na rua comentaram o lance, e não acompanhei a repercussão na imprensa. Só aqui no Avaí que o pessoal veio falar comigo e me dar os parabéns – disse o atacante.

Pelo ineditismo da jogada, vale a explicação do autor:

– Na posição em que eu estava, só podia ajeitar a bola para outro jogador que estivesse de frente, o que não era o caso, ou então arriscar a bicicleta. Acho que eu tinha uns 70% de chance de acertar no gol. O que eu não podia saber era o local do goleiro, isto foi pura sorte – afirmou.

Sem titubear, Adriano Raio confirma que foi o gol mais bonito de sua carreira. Talvez até mais do que isso, podendo entrar para a própria história do Avaí. O presidente Nílson Zunino levantou a hipótese de erguer uma placa permanente na Ressacada em homenagem ao gol.

– Seria a maior glória da minha vida – contou Adriano, emocionado.

Além da placa, o jogador pode ganhar um outro presente pelo belo lance, este último dos torcedores do Leão. Ex-jogador do Figueirense, o atacante sofreu perseguição em seus primeiros dias no clube rival.

– Espero que isso tenha acabado agora. Eu me esforço para dar o máximo em campo – disse.