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 | 31/10/2005 12h53min

Relatório sobre Iraque cita empresa gaúcha

Comissão apontou supostos subornos pagos a Saddam

Quatro empresas brasileiras – entre elas uma gaúcha – foram incluídas no relatório da comissão que investigou um esquema de corrupção no programa Petróleo por Comida, mantido pela Organização das Nações Unidas (ONU) no Iraque de 1996 a 2003, durante o governo de Saddam Hussein.

No relatório divulgado na semana passada, a gaúcha Randon Implementos e Sistemas Automotivos, de Caxias do Sul, consta como tendo pago – ao vender peças para tratores e para reboques – cerca de US$ 127 mil em taxas criadas ilegalmente pelo governo iraquiano. As outras empresas brasileiras citadas são Motocana Máquinas e Implementos, Weg Indústrias e Valtra. Contatada ontem por Zero Hora, a assessoria de imprensa da Randon informou que a empresa foi surpreendida com sua inclusão no relatório e não se pronunciaria até terminar de avaliar o seu conteúdo.

Segundo o relatório divulgado na quinta-feira, cerca de 2,4 mil empresas ou indivíduos de 66 países participaram da fraude - algumas sem saber, outras com o claro propósito de subornar Saddam para obter vantagens no programa de ajuda humanitária, criado para reduzir o impacto sobre a população das sanções econômicas impostas ao Iraque depois da Guerra do Golfo, em 1991.

Conforme o relatório da comissão independente, a Randon teria pago US$ 125.245 em "after-sales-service fees", uma taxa criada, segundo o relatório, para disfarçar a cobrança de suborno pelo governo iraquiano. Outros US$ 1,8 mil teriam sido pagos a título de "taxas de transporte", impostas pelo Iraque para distribuir dentro do país os produtos. Empresas como DaimlerChrysler, Siemens e Volvo, além de vários políticos, também aparecem no relatório da comissão chefiada pelo ex-presidente do FED (banco central dos EUA) Paul Volcker. O relatório acusa Jean-Bernard Mérimée, ex-embaixador da França na ONU, de receber US$ 165 mil em propinas na administração da distribuição do petróleo iraquiano. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, foi criticado pela comissão, que considerou "ser sua responsabilidade evitar incompetência administrativa e corrupção."

O relatório completo (em inglês) e as tabelas anexas podem ser encontrados na página www.iic-offp.org.

ZERO HORA
 

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