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 | 19/08/2005 14h35min

Família de Jean pedirá a Blair uma investigação isenta

Manifestação em frente à residência do premiê está sendo convocada

A família do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto por engano pela polícia britânica, pedirá ao primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, uma investigação transparente e independente sobre as circunstâncias de sua morte. A porta-voz da campanha Justice4Jean (Justiça para Jean), Yasmin Khan, declarou que Blair deve apontar a responsabilidade sobre a morte de Jean Charles. Ela anunciou que a campanha convocou um protesto para a próxima segunda, diante da 10 Downing Street, a residência oficial do premier, em Londres.

A manifestação será liderada pelo primo do jovem eletricista, Alessandro Pereira, que exigirá a abertura de uma investigação pública que exponha "a incompetência da polícia britânica", garantiu Khan. No dia do ato, a morte de Jean Charles, de 27 anos, completa um mês. O brasileiro levou oito tiros disparados por policiais ao ser confundido com um terrorista na estação de metrô de Stockwell, em Londres.

A morte ocorreu no dia seguinte aos atentados fracassados contra o transporte público de Londres e duas semanas depois dos ataques de 7 de julho, que deixaram 56 mortos e 700 feridos.

A família do mineiro "perdeu a confiança" na polícia britânica, que retardou em "seis dias a abertura de uma investigação interna" sobre o ocorrido na estação.

– Não sabemos quanta informação se perdeu nesses dias. A essa altura, ainda desconhecemos se as câmeras de vigilância gravaram ou não os atos –  explicou Khan.

A Comissão Independente de Queixas sobre a Polícia (IPCC) investiga a morte do brasileiro. No entanto, suas conclusões podem demorar meses ou até anos.

A campanha Justice4Jean, liderada por familiares e amigos da vítima residentes em Londres, exigiu publicamente a demissão do chefe da Scotland Yard, Ian Blair. Segundo os parentes de Jean Charles, o comissário mentiu ao assegurar que ele era suspeito de terrorismo e que morreu após tentar fugir dos agentes.

Os documentos obtidos pela imprensa esta semana mostram que o jovem não sabia que estava sendo seguido pela polícia e caminhava tranqüilamente antes de embarcar no trem em que foi baleado pelos agentes.

AGÊNCIA EFE
 

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