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 | 05/08/2005 16h33min

Tensão marca os 60 anos da tragédia de Hiroshima

Conferência de não-proliferação de armas nucleares foi um fracasso

O pesadelo de morte e destruição que perseguiu Robert Oppenheimer, "o pai" da bomba atômica, após a tragédia de Hiroshima está mais presente do que nunca ante a grave crise que afeta o regime de não-proliferação. O lançamento da bomba completa 60 anos neste sábado, dia 6 de agosto, sob a tensão das discussões internacionais sobre o tema.

O fato de a Coréia do Norte ter reconhecido que possui um arsenal nuclear, as suspeitas que o Irã tem ambições similares, o sonoro fracasso da conferência de não-proliferação feita em maio em Nova York e o recente acordo nuclear entre a Índia e os EUA geraram uma ansiedade que não era respirada há décadas.

Rose Gottemoeller, analista da Fundação Carnegie para a Paz Internacional, que acha que as cerimônias dos sessenta anos da bomba de Hiroshima têm uma importância fundamental para lembrar a ameaça nuclear que paira sobre o mundo.

Em linhas gerais, os especialistas concordam que o Tratado de Não-Proliferação de 1970 permitiu conter o número de potências nucleares. No início da década dos 60, o presidente americano John F. Kennedy previu que em cerca de dez anos haveria pelo menos 25 estados com armamento atômico.

Quarenta anos mais tarde, existem apenas sete países com comprovada capacidade nuclear militar: EUA, Rússia, França, Grã-Bretanha, China, Índia e Paquistão. A eles, se somam Israel – que nunca reconheceu ter a bomba atômica, embora isso seja dado como um fato – e a Coréia do Norte. Apesar desse aparente êxito, ainda existem cerca de 20 mil armas atômicas, o suficiente para acabar com a vida na face da Terra.

Os EUA encabeçam a lista, com 10 mil, seguidos por Rússia, com cerca de 8 mil, segundo as estimativas amplamente aceitas do Natural Resources Defense Council, um centro de estudos de Nova York. A cifra está muito abaixo do recorde de 32 mil ogivas nucleares que os EUA chegaram a acumular e das 41 mil que existiam na União Soviética, mas, segundo Stephen Young, analista da Union of Concerned Scientist, em Washington, a situação está longe de ser ideal.

Grupos pacifistas e organizações religiosas alemãs homenagearão as vítimas da destruição atômica de Hiroshima e Nagasaki, cujos 60 anos serão lembrados nos próximos dias com mais de 200 atos em todo o país. As atividades na Alemanha por ocasião desse aniversário terão como fio condutor um apelo ao abandono das armas nucleares, em sintonia com o projeto de resolução que o Japão promete apresentar às Nações Unidas.

Segundo os organizadores na Alemanha dos atos pelos 60 anos da explosão da bomba atômica em Hiroshima, estão programadas exposições e atividades diversas em cerca de cem cidades, entre elas Berlim, Colônia, Stuttgart e Düsselforf, onde vivem aproximadamente 8 mil japoneses, que formam a maior colônia japonesa da Europa.

As informações são da agência EFE.

 

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