A Argentina destacou hoje o diálogo "mais realista" que mantém com o Brasil para solucionar antigos conflitos comerciais, em um momento no qual os brasileiros acumulam forte superávit no intercâmbio bilateral.

– Foi aberta uma linha de diálogo muito importante, mais azeitada, menos sensacionalista no diálogo bilateral – disse o subsecretário argentino de Integração Econômica, Eduardo Sigal.

Segundo ele, as conversações bilaterais indicam que é preciso buscar mecanismos que permitam um desenvolvimento industrial harmônico dentro do Mercosul.

– A preocupação do setor empresarial argentino e do governo é que o processo de recuperação econômica seja asfixiado por causa das defasagens comerciais – afirmou em declaração ao programa de televisão "Asteriscos".

Sigal citou os problemas da indústria argentina de eletrodomésticos e têxteis por causa do forte aumento das importações do Brasil.

Embora tenha defendido a opção de aplicar entraves comerciais, ressaltou que os acordos entre setores privados dos dois países "são um mecanismo válido que até agora tem dado resultados" para solucionar conflitos.

– Pensamos em um encontro entre o presidente Néstor Kirchner e o presidente Lula para atualizar todos os protocolos que nos unem e para aprofundar a amizade e a integração entre os dois países – afirmou.

A expectativa é de que o encontro de ambos os presidentes seja realizado na cidade de Puerto Iguazú, onde há 20 anos Raúl Alfonsín e José Sarney inauguraram a ponte Tancredo Neves.

As informações são da Agência O Globo.