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 | 08/06/2005 11h23min

EUA querem fazer as pazes com chefe de agência nuclear da ONU

Diretor da AIEA está a caminho dos EUA para reunir-se com Condoleezza Rice

Os Estados Unidos estão prontos para acabar com sua campanha solitária contra o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU), Mohamed El Baradei. Segundo fontes americanas e européias, El Baradei está a caminho de Washington para discutir sua candidatura a um terceiro mandato. O porta-voz da AIEA, Mark Gwozdecky, confirmou que El Baradei foi convidado a Washington, nesta quarta dia 8, mas não deu detalhes.

– Ele foi convidado por Condoleezza para discutir algumas questões importantes de não-proliferação que vão surgir na reunião do conselho de diretoria da AIEA na semana que vem– disse o porta-voz, acrescentando que provavelmente a questão do novo mandato e do Irã seria discutida na reunião.

De acordo com informações da agência Reuters, a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, vai oferecer apoio à candidatura de El Baradei, porém, os governo americano deve querer algo em troca. Um diplomata europeu explicou que essas questões envolvem o Irã e o combate geral contra a proliferação de armas nucleares.

El Baradei dirige a AIEA desde 1997. Ele se desentendeu com os norte-americanos porque Washington considerou que ele estava sendo brando demais com os programas nucleares de Irã e Iraque.

O diplomata egípcio deve chegar a Washington ainda na quarta. Além de Condoleezza, deve encontrar o subsecretário de Estado para Controle de Armas, Robert Joseph, na quinta, dia 9. Joseph é o sucessor de John Bolton, que foi indicado pelo governo para ser embaixador dos EUA na ONU e é um crítico de El Baradei.

A diretoria da AIEA inicia na segunda, dia 13, a sua reunião trimestral. Um dos principais pontos será a renovação do mandato de El Baradei, à qual os EUA se opunham, argumentando que deveria haver um limite de dois mandatos.

Porém, diplomatas dizem que a verdadeira razão é a recusa de El Baradei em aceitar as acusações dos EUA antes da guerra de que o Iraque mantinha um programa de armas nucleares, e também sua oposição à exigência dos EUA de que a AIEA leve o caso do Irã ao Conselho de Segurança da ONU, que poderia impor sanções ao país. As decisões mais recentes de El Baradei agradaram a Washington, mas funcionários da AIEA negam que ele esteja deliberadamente tentando ganhar a simpatia dos norte-americanos.

– El Baradei não se pauta pela agenda de nenhum país e continua imparcial– disse um funcionário sob condição de anonimato.

Condoleezza  também deve discutir a questão nuclear iraniana nesta quarta com o ministro alemão das Relações Exteriores, Joshcka Fischer, segundo diplomatas europeus.

Alemanha, França e Grã-Bretanha ofereceram, com apoio dos EUA, incentivos econômicos e políticos para que o Irã abandone o processo de enriquecimento de urânio, que gera material para armas nucleares.

As informações são da agência Reuters.


 

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