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 | 08/04/2005 08h13min

Hezbollah apresenta condições para o desarmamento

Medida pode abrir caminho para a criação de um exército de reservistas

O Hezbollah está preparado para discutir o desarmamento condicional, desde que Israel abandone uma área fronteiriça sob disputa. A afirmação foi feita pelo vice-líder da guerrilha xiita, xeque Naim Kassem, em entrevista publicada nesta sexta, dia 8, pelo jornal britânico Financial Times.

O xeque afirmou que o desarmamento, solicitado pela ONU e pelos Estados Unidos, pode abrir caminho para que os guerrilheiros se tornem uma espécie de exército de reservistas, atuando em conjunto com as autoridades libanesas. Mas ele disse que as negociações não vão começar enquanto Israel permanecer na pequena área conhecida como Fazendas Shebaa, que fica entre o Líbano, Israel e as colinas do Golã. O local, anterioremente de propriedade da Síria, está ocupado por israelenses desde 1967.

O Líbano diz que a região é território libanês ocupado por Israel, enquanto a ONU considera que se trata de território sírio sob ocupação israelense.

– Vamos discutir as armas (do Hezbollah) depois de Shebaa, mas com a condição de que uma alternativa viável seja encontrada para proteger o Líbano – disse Kassem ao jornal. – Um Exército reservista não significa que a resistência se torne parte do Exército, mas é uma fórmula de coordenação com o Exército. É a resistência com outro nome.

O Hezbollah, grupo xiita apoiado por Síria e Irã, já havia afirmado que não vai depor suas armas enquanto Israel constituir uma ameaça ao Líbano. O grupo foi o único partido político libanês que manteve abertamente suas armas ao final da guerra civil (1975-90).

Depois de colaborar com a expulsão israelense do sul do Líbano em 2000, após 22 anos de ocupação, o Hezbollah controla parte daquela área. O debate sobre o desarmamento do grupo ocorreu desde que a Síria começou a retirar suas tropas do Líbano.

Grande parte da oposição libanesa, que é contra a Síria, aceita que a negociação com a guerrilha só comece após a desocupação das Fazendas Shebaa, mas alguns querem antecipar esse processo.

As informações são da agência Reuters.


 

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