O governo reagiu às críticas de inoperância no tratamento dos conflitos agrários no Pará que culminaram com a morte da missionária norte-americana Dorothy Stang e afirmou que o assassinato foi uma reação às ações do Estado na região.

– O que aconteceu no Pará foi uma reação à presença do Estado, de regularização fundiária, ambiental e de promoção de assentamentos sustentáveis – afirmou o ministro da Casa Civil, José Dirceu, nesta terça, dia 15.

Dirceu e o governador Simão Jatene (PSDB) ressaltaram que os governos federal e do Estado estão trabalhando "em sintonia" na resolução do caso e garantiram uma "punição exemplar" aos responsáveis pelo assassinato. Segundo Dirceu, caberá ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) definir em que esfera o caso será eventualmente julgado, o procurador-geral da República, Claudio Fonteles, já defendeu que o assassinato seja investigado e julgado pela Justiça Federal por se tratar de crime contra os direitos humanos.

Além de Dirceu e Jatene, também participaram da entrevista os ministros do Meio Ambiente, Marina Silva, do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, e da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda. Miranda destacou que o governo quer punir também os mandantes do crime e informou que, dos quatro mandatos de prisão já expedidos contra suspeitos de envolvimento no caso, dois seriam de mandantes. Dirceu afirmou que ainda nesta terça haverá uma reunião da Polícia Civil do Pará, Polícia Militar, Polícia Federal e autoridades das Forças Armadas para discutirem a apuração do caso.

Stang, de 73 anos, trabalhava com comunidades sociais na região da rodovia Transamazônica e foi assassinada com seis tiros no último sábado no município de Anapu, oeste do Pará.

As informações são da agência Reuters.