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 | 15/02/2005 10h18min

Líbano pára em luto por Hariri

O funeral de Hariri está programado para quarta

O Líbano parou, nesta terça, dia 15, em luto pelo ex-primeiro-ministro Rafik al-Hariri, assassinato após a explosão de um carro-bomba, que colocou o país em crise política e trouxe à tona memórias da guerra civil (1975-1990). Escolas, lojas, instituições públicas e privadas fecharam e o Exército libanês entrou em alerta no começo do luto oficial de três dias.

Hariri, muçulmano sunita bilionário que organizou a reconstrução pós-guerra, foi morto na segunda quando seu comboio passava por um luxuoso bairro de hotéis. Ele havia renunciado ao cargo de premiê em outubro.

Irritado pela insistência da Síria de ampliar o mandato de seu rival político, o presidente Emile Lahoud, Hariri aderiu a líderes da oposição nos pedidos pela retirada de tropas sírias do país e pelo fim da interferência de Damasco nos assuntos libaneses. Líderes da oposição disseram que a Síria, que mantém 14 mil soldados no Líbano, tem responsabilidade pela morte de Hariri. Em comunicado, eles exigiram a renúncia do governo e a retirada das tropas sírias.

Mas os políticos não chegaram a acusar Damasco ou governo libanês apoiado pela Síria de envolvimento direto.

O líder druzo Walid Jumblatt, que já pediu a retirada das tropas sírias, disse a repórteres:

– Apesar do sangue e da tristeza, queremos dizer a eles: Não queremos nada de vocês, saiam, deixem-nos, basta de sangue – disse.

Jornais libaneses manifestaram temor de que o assassinato do ex-primeiro-ministro de 60 anos desestabilize o país e abra as portas para mais intervenção internacional.

– A preocupação no momento é como impedir o Líbano de cambalear para a beira do abismo – afirmou o jornal Daily Star, de língua inglesa, em editorial na capa.

– As lideranças em Damasco e Beirute têm que agir com muita rapidez para evitar a intervenção internacional – declarou.

Pelo menos 14 pessoas morreram e 135 ficaram feridas na explosão, a maior do Líbano desde o fim da guerra civil. Um grupo islâmico desconhecido disse em vídeo exibido pela televisão Al Jazeera que realizou o ataque suicida contra Hariri – que também tinha cidadania saudita –, porque ele apoiava a família real saudita.

Um comunicado atribuído à rede terrorista al-Qaeda, publicado nesta terça na internet, nega que seus integrantes tenham matado o ex-primeiro-ministro do Líbano, Rafik al-Hariri. Segundo a nota, o atentado teria sido responsabilidade do serviço de inteligência da Síria ou de Israel.

As informações são da agência Reuters.

 

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