Após protagonizar algumas crises provocadas por acusações de sonegação fiscal, o presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb, oficializou o seu afastamento da instituição nesta terça, dia 16. O economista Rossano Maranhão Pinto, diretor da área internacional do BB, assumirá a presidência interinamente. O pedido de demissão foi aceito pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci.

Casseb esteve envolvido em algumas denúncias no último ano. O jornal Folha de São Paulo divulgou matéria, nesta terça, dia 16, na qual denunciava contratação de consultores sem licitação no final do ano passado. Boanerges Ramos Freire, James Rubio e Joaquim Xavier da Silveira foram contratados por salários de até R$ 820 mil, por ano, para cada um. A remuneração mínima foi fixada em R$ 540 mil. Os três foram executivos da Credicard, empresa que Casseb presidiu.

A primeira das crises foi no fim do primeiro semestre, relacionada à compra pelo Banco do Brasil de ingressos para um show da dupla Zezé di Camargo e Luciano. Na época, Casseb salientou que o Banco do Brasil não teve conhecimento prévio de que o show, realizado na churrascaria Porcão de Brasília no dia 13 de julho, tinha o objetivo de arrecadar fundos para a compra da nova sede do PT em São Paulo. Ele alega que, ao tomar conhecimento disso, "a difícil operacionalização" não permitiu uma imediata reversão da compra dos ingressos.

Além de assumir a responsabilidade por uma decisão que teria sido tomada por um "escalão inferior", conforme diz o documento, Casseb também detalhou as medidas adotadas pela instituição para evitar a ocorrência de novos fatos como este.

Em seguida, a revista IstoÉ lançou supeitas sobre Casseb. Segundo a reportagem, o presidente do Banco do Brasil não teria declarado nove movimentações que totalizam US$ 593,855 mil, entre junho de 1999 e maio de 2002.   

Em meio às acusações de sonegação fiscal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu em agosto que Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, e Cássio Casseb permanecessem nos cargos.

O engenheiro Cássio Casseb assumiu o posto em janeiro de 2003. O último trabalho no mercado financeiro foi no Banco Fibra, braço financeiro do Grupo Vicunha, de Benjamin Steinbruch. O primeiro, foi no BankBoston, para onde foi convidado, coincidentemente, pelo atual presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. 

Com informações da Globo Online e Rádio Gaúcha.